segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Você Tem que Ouvir Isso!" (Luiz Cesar Pimentel)

Pessoal, esse lançamento é de primeira, principalmente para quem cada momento da vida tem que ser movido por uma trilha sonora – como eu! Imperdível!!!

Esse depoimento da roqueira Pitty indica o alto nível deste livro:
“Perdi o prazo para mandar minha lista. Agora estou aqui me debatendo de remorso porque, conhecendo o Luiz como conheço, tenho certeza de que ele pegou essa ideia naturalmente bacana de um Top 20 de músicas para os pequeninos e transformou num livro divertido e gostoso de ler.
Este livro deveria estar na prateleira de "Autoajuda" ou de "Utilidade Pública". Melhor: de "Educação Infantil para Pais Prevenidos". Mas não. É somente um livro cool e divertido, despretensioso e, por isso mesmo, rico. Ainda bem. E eu aqui me remoendo porque perdi o prazo de mandar minha lista. Droga!”
Por Pitty, cantora
Pensem bem. Imagine se você tivesse a oportunidade de pedir aos seus famosos prediletos que elaborassem uma lista com as músicas mais significativas e que deixaram as mais fortes impressões em sua existência!
Foi o sonho que o autor Luiz Cesar Pimentel tornou realidade. Ele obteve dos músicos do Skank, Capital Inicial, Pitty, Restart, NX Zero, Pato Fu, Dead Fish, Ira!, Gloria, Sepultura, Krisiun, César Menotti & Fabiano, Cachorro Grande, de intérpretes como Sérgio Marone, dos apresentadores Rodrigo Faro e Cris Arcangeli, do estilista Ronaldo Fraga e de mais 70 personalidades, suas listas com a trilha sonora pessoal de cada um deles.
Tudo isso pode ser encontrado na obra “Você Tem que Ouvir Isso!”, um lançamento da Editora Seoman. Ela traz quase duas mil músicas indicadas por especialistas neste tema em todo o Brasil. Aliás, até mesmo do exterior, pois alguns estrangeiros também elaboraram suas listas. Ademais, esta publicação oferece como brinde, ao leitor, diversas listas não preenchidas para que ele proponha aos seus amigos a criação de suas próprias dicas musicais.
Não deixem passar esta oportunidade. É uma leitura obrigatória!
Luiz Cesar Pimentel atua no portal R7 como jornalista, escritor e chefe de redação. Ele está imerso na carreira jornalística desde 1992, e traz em seu currículo o livro “Sem Pauta – Reportagens, Histórias e Fotos de um Jornalista pelo Mundo”, igualmente lançado pela Editora Seoman em 2005. Trata-se de uma compilação de coberturas realizadas em 18 países enquanto trabalhava como correspondente internacional.
Ele também passou por veículos como Folha de São Paulo, Editora Abril, Trip, os portais Starmedia, Zip.net, UOL e Virgula, além de manter uma coluna e uma estreita colaboração com Caros Amigos, Carta Capital, Playboy, Rolling Stone, Sexy, Jornal da Tarde, Elle e Superinteressante.

Editora Seoman, 2011
Autor: Luiz Cesar Pimentel

ISBN: 978-85-98903-29-3

Origem: Nacional
Edição: 1

128 Páginas

Preço: R$ 24,90

Capa: Brochura

Formato: Médio

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Os Caminhos do Sertão" (João Guimarães Rosa)

Oi Pessoal. Fico realmente emocionada e entusiasmada ao saber do novo lançamento da Editora Nova Fronteira: Os Caminhos do Sertão, de Guimarães Rosa. É uma edição histórica e limitada deste clássico inesquecível - para mim o melhor da literatura universal: Grande Sertão:Veredas. Claro que sou suspeita para julgar, pois é meu autor preferido e minha tese de mestrado foi justamente sobre ele. Nem sei como consegui esta proeza, pois nem todas as palavras do mundo podem dar conta deste escritor fantástico!

"...o real não está nem na saída, nem na chegada:
ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."

João Guimarães Rosa



Esta edição da obra-prima de Guimarães Rosa traz um novo projeto gráfico e desenhos inéditos de Paulo Mendes da Rocha. A caixa é constituída por três livros:

Grande sertão: veredas – Edição exclusiva, a capa é nada mais, nada menos que a primeira página do fac-símile da obra, em que Guimarães define o título, riscando de próprio punho a sua primeira proposta: Veredas mortas. ela é acompanhada por um texto que elucida o trabalho fonético da escrita rosiana e  revela como se estabelece o acordo ortográfico em João Guimarães Rosa. O livro também apresenta algumas capas nacionais e internacionais do romance.

A boiada – O fac-símile, impresso em cores, o original datilografado e anotado de Rosa registrando a viagem pelo sertão. Um verdadeiro registro genealógico da criação de Grande Sertão:Veredas. O volume traz a contribuição de Sandra Vasconcelos, professora de literatura brasileira do IEB-USP, e de Mônica Meyer, professora e bióloga da UFMG.

Livro de depoimentos
– Com texto de apresentação da Nova Fronteira e da Saraiva, traz depoimentos inéditos em formato literário de nomes como Antonio Candido e Haroldo de Campos sobre o Grande sertão: veredas.

 

Abaixo eu reproduzo a apresentação da Nova Fronteira. Em breve estarei postando aqui texto de minha autoria sobre Guimarães Rosa e sua obra. E logo espero estar reproduzindo neste espaço minha resenha sobre esta clássica edição.



Editar João Guimarães Rosa é um privilégio raro, como bem sabem todos os que se dedicam aos livros — de autores e editores às pessoas que divulgam, distribuem, comercializam, vendem e leem as obras desse autor. É um grande privilégio tomado por surpresas, contentamentos e desafios, como o sertão descoberto (e, por favor, atentem para a palavra) por Guimarães Rosa.

Autor de léxico próprio e um dos brasileiros mais editados e estudados fora do seu país, João Guimarães Rosa chegou a ser cogitado para concorrer ao Prêmio Nobel de Literatura no ano de sua morte. Sua obra indiscutivelmente sem precedentes em nosso contexto literário conjuga, na justa medida, o local e o universal, o olhar do médico e diplomata que afirmou que o bom mesmo era ser como o vaqueiro Manoel Nardy, o Manuelzão das suas estórias.

Difícil é, portanto, falar do autor e da sua obra com o desprendimento que ele próprio destinou a ela, já que não se embrenhou pelo sertão à procura da literatura. Suas viagens sempre visaram ao encontro do homem, dos problemas e questões inerentes à condição humana. Decidimos, então, nesta edição exclusiva que lança o inédito A boiada deixar, mais que nunca, que o autor dê a primeira palavra. Não antecipamos o texto das cadernetas, organizado e editado pelo próprio Guimarães Rosa, com nenhum grande estudo. Ele vem em estado puro, com as marcas do tempo ao lado das marcas do autor, suas anotações marginais e rasuras, suas ob-sessivas pesquisas — um canteiro de obras a partir do qual se erigiram verdadeiros monumentos literários.

Ao final da reprodução em fac-símile de A boiada 1 e A boiada 2, contamos com a beleza e pertinência dos textos de duas estudiosas da obra do autor mineiro, as professoras Sandra Vasconcelos e Mônica Meyer, que situam historicamente o contexto dessa viagem em que as cadernetas foram escritas e analisam seu conteúdo com a agudeza de quem conhece a fundo a obra completa do autor, sua biografia, seus estudos e o arquivo com seus inéditos. Encerrando o volume, trazemos a reportagem “Com o vaqueiro Guimarães Rosa — um escritor entre seus personagens”, feita na chegada dessa travessia pelo sertão mineiro e publicada pela revista O Cruzeiro, dois meses depois, com fotos dos vaqueiros, da boiada e de Guimarães Rosa, o “vaqueiro-amador”, como ele próprio se definiu.



O percurso pelos caminhos do sertão de João Guimarães Rosa não poderia deixar de incluir a obra mais conhecida do autor, pois em sua escrita se percebe, em cada página, a experiência registrada n’A boiada. Essa vigésima edição do Grande sertão: veredas vem ainda acompanhada de outro percurso: o de sua publicação internacional, materializado em capas de diversos países, tais como Itália, Alemanha, França, Holanda, Dinamarca, Espanha, Noruega, Argentina, entre outros.

Nos dois títulos do autor seguimos a sentença “mire e veja” e convidamos o leitor a fazer o mesmo. “Mire e veja”, sempre que possível em boa companhia. Para tanto, apresentamos, em separata, uma travessia pela crítica que, desenraizada do papel e enraizada nas memórias, ganhou corpo nos Pignatari e Haroldo de Campos, gravados para o documentário Os nomes do Rosa, produzido por Tereza Gonzalez e Vânia Catani, com roteiro de Ana Luiza Martins Costa, Claufe Rodrigues e Pedro Bial, e direção geral de Pedro Bial. Outros depoimentos se juntaram a esses primeiros quando Bia Lessa concebeu uma instalação sobre o Grande sertão: veredas para a inauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e convocou o arquiteto Paulo Mendes da Rocha e o escritor Sérgio Sant’Anna para compor o diálogo com essa obra monumental.

A todos esses famosos espectadores (miradores) do autor e de seus textos o nosso agradecimento emocionado (estendido aos titulares dos direitos das obras de alguns dos nossos depoentes).
Todo o nosso trabalho foi luxuosamente acompanhado pelas ilustrações de Paulo Mendes da Rocha, que adornou e acolheu esse projeto com seu traçado limpo e contundente como as paisagens do sertão rosiano. Desconfiamos que se Paulo Mendes da Rocha tivesse nascido em Cordisburgo, provavelmente teria saído pelo sertão, a fim de acolher uns tantos caminhos e veredas em sua arquitetura.

A importância de encontrar o leitor é o que nos move em busca de renovados caminhos. Nessa comunhão de propósitos e ideais, a Editora Nova Fronteira teve a honra de desenvolver essa edição exclusiva e limitada com a Livraria Saraiva, que tem somado ao seu crescimento pelo Brasil o objetivo de apresentar grandes obras a preços acessíveis.

Editora Nova Fronteira


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"O Enigma do Oito" (Katherine Neville)

Pessoal, o post de hoje é sobre um livro apaixonante, um dos melhores que já li - fiquei pensando nele por um bom tempo, semanas depois do fim da leitura. Leiam, vocês não vão se arrepender. É uma daquelas histórias que nos trazem um incrível desenvolvimento cultural e espiritual. Vale super a pena!


Jamais em meu percurso como leitora encontrei uma obra tão complexa, densa, surpreendente e fascinante. A autora propõe ao leitor o desafio de percorrer suas 678 páginas e, simultaneamente, ajudar Cat e Mireille, as protagonistas das diferentes eras enfocadas nesta trama, a desvendar a fórmula oculta no Xadrez de Montglane.
Da época de Carlos Magno até os dias atuais, este Jogo seduz mentes, corrompe sentimentos e ameaça a alma humana. Esta história tem início em 1790, no ápice da Revolução Francesa. Ao longo de séculos o mítico xadrez presenteado pelos mouros ao rei dos francos e primeiro Imperador do Sacro Império Romano do Ocidente, Carlos Magno, foi preservado no interior das paredes da Abadia de Montglane.
Quando o segredo é ameaçado, a abadessa do mosteiro, Helene, desenterra o tabuleiro e as peças, entrega a algumas das freiras a proteção de pelo menos um destes o bjetos, e toma sob sua guarda o tabuleiro e a capa de veludo que o abriga. Antes de partir para a Rússia, ao encontro de sua amiga de infância, Catarina II, agora poderosa czarina russa,ela confia a duas noviças muito jovens, Valentine e Mireille, uma missão especial.
A capa era de veludo, de um azul profundo, e ricamente bordada com fios de ouro e pedras preciosas, uma aparente reprodução dos símbolos do zodíaco. No centro, duas figuras semelhantes a serpentes entrelaçavam-se de modo a formar um 8.
 (...) a abadessa mandou que as freiras se preparassem para viajar. Avisou que daria a cada uma, em conversa reservada, as instruções a respeito de seu destino, de modo que nenhuma delas ficaria sabendo a localização das demais.
(...) Quando chegou a vez de Valentina e Mireille (...)
- Imagino - prosseguiu a abadessa - (...) Muitas de nós correremos perigo (...) não será possível apagar completamente nossos rastros. Algumas freiras poderão vir a  ser encontradas, e terão de fugir. Por isso, selecionei oito de nós. Cada uma dessas oito freiras não só levará uma peça do Xadrez como também servirá de ponto de apoio. Quem estiver fugindo poderá deixar com ela sua peça ou pelo menos instruções para encontrá-la. Você vai ser uma das oito, Valentine.
As jovens, primas e amigas inseparáveis, devem partir para Paris e aí permanecer sob a tutela de Jacques Louis David, célebre pintor, integrante da Assembleia Francesa e padrinho de Valentine. Cabe a elas não só esconder algumas das peças, mas também atuar como suportes para outras freiras que sejam ameaçadas e necessitem fugir, deixando com ambas a defesa de seus próprios componentes do Xadrez.
No auge do movimento conhecido como o Terror, uma trágica e triste página da história da França, Valentine é presa e interrogada por Marat, o cruel e sádico revolucionário francês. A partir de então tem início uma corrida desenfreada pela posse das peças e pelo comando do eterno Jogo. Envolvidas quase sem querer nesta trama letal, as primas são obrigadas a colocar em risco a própria vida para impedir que o Xadrez caia nas mãos erradas.
Aquilo era mais perigoso do que a malta que cercava a carruagem, ela sabia bem. Era um bando de loucos. Até os outros membros da Convenção temiam a gente da Comuna. Delegados escolhidos nas ruas da cidade costumavam prender, julgar e executar os membros da nobreza com tal rapidez que negavam, nos próprios gestos, o conceito de liberdade que pregavam.
Quase duzentos anos depois, em 1972, a norte-americana Cat Velis, apesar de ter apenas vinte e três anos, é especialista em processamento de dados na cidade de Nova Iorque. Primeira mulher a atuar como executiva em uma famosa empresa de consultoria contábil, ela enfrenta preconceitos e luta contra os atos corruptos de seus patrões. Em uma destas ocasiões ela desafia um dos sócios e é enviada para realizar um trabalho de assessoria para os membros da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo – em Argel, capital da Argélia.
Antes mesmo de partir para o continente africano, porém, ela percebe que está envolvida em um Jogo perigoso. Advertida por uma estranha vidente dos riscos que corre, ela vai descobrir que as linhas de sua mão, ao formarem um inusitado oito, enlaçam seu destino ao do próprio Xadrez de Montglane, como há séculos atrás determinou as vidas de Valentine e Mireille.
A vidente ignorou-o e inclinou-se ainda mais para mim.
- Vim aqui para te trazer um aviso - sussurrou. - Onde quer que vás, nunca deixes de olhar por cima dos ombros, de vigiar as costas. Não confies em ninguém. Suspeites de todos. Pois as linhas de tua mão revelam... que é a mão escolhida.
- Escolhida por quem?
(...) Em um sussurro, falou como alguém que se esforça para lembrar algo antigo, talvez um poema lido muito tempo antes:
- Justamente como no tabuleiro se misturam as do xadrez, até como se tudo soubessem, as linhas desta mão, discretas, mostram, noutro nível, a chave das verdadeiras finais. O Jogo, metáfora da vida, real visão... Última lembrança esta, tantas vezes entendida tarde demais: batalha infinda! Recorda-te: no quarto dia do quarto mês, evitarás atacar. Eterna luta entre pretas e brancas, quase iguais!Continua a tua busca por trinta e três e três. Vai sempre mais fechado estar o secreto portão.
Mesmo sem saber jogar xadrez, Cat se une a Lilly, uma exímia jogadora, na tentativa de desvendar as estranhas mortes, perseguições, charadas e enigmas que passam a fazer parte de sua rotina. Ela conta também com a ajuda do jogador russo Solarin, de seus amigos Nim, Mordecai e Harry, e de outros aliados improváveis.
De Paris a Londres, da Córsega a Nova Iorque, de Argel ao Deserto do Saara, as protagonistas desta narrativa eletrizante perseguem o segredo ancestral que durante milênios foi reservado apenas aos iniciados, proibido de ser escrito e codificado secretamente pelos mouros no Xadrez de Montglane.
Richelieu acreditava que os mouros, ao invadir o território, tivessem descoberto o terrível segredo, guardado durante séculos pelos celtas e, depois, pelos bascos. Os conquistadores mouros teriam então transcrito o que aprenderam, num código que inventaram. Na verdade, eles gravaram o segredo, no tal código, nas peças de ouro e prata do Xadrez de Montglane. Quando lhes pareceu evidente que perderiam o domínio da Península Ibérica, enviaram o Xadrez para Carlos Magno, por quem nutriam grande admiração. Viam-no como o mais poderoso monarca da história e julgaram-no o único capaz de proteger o segredo.

A intrincada fórmula alquímica já intrigou cientistas do porte de Isaac Newton, Paracelso, Pitágoras e Fourier, filósofos como Voltaire e Rousseau, e foi ambicionada por personalidades como Marat, Robespierre, Napoleão, Benjamin Franklin e a czarina Catarina II.
Tudo neste código secreto e na trama remete ao número oito: a inscrição na capa de veludo azul na qual foi transportado o tabuleiro de Xadrez e suas peças; as oito grandes empresas de petróleo do mundo; o símbolo da pessoa que terá como missão reunir novamente o Jogo e impedir que ele seja utilizado para dominar a Humanidade; o número das freiras encarregadas de proteger as peças; as oitavas musicais; a Ordem do Oito, ou seja, daqueles que ouvem a música das esferas; a Lei das Oitavas, entre outras simbologias presentes na história do Homem.
A autora nos conduz da História à Filosofia, da Matemática à Música, da Alquimia à Química Moderna, da Física à Astronomia, da Ciência à Magia, pelos segredos do Xadrez e culturas labirínticas, pelo universo de deuses e deusas antigos, entretecendo com raro talento todos os dados e personagens apresentados no enredo.
Meu livro saiu vários anos mais tarde, (...) Nele, apresentei a teoria de que os Peões são a alma do xadrez. Na verdade, apenas demonstrei que os Peões não devem ter por única serventia o sacrifício, pois é possível usá-los com objetivos estratégicos e posicionais contra o adversário. O livro causou uma revolução no xadrez.
Chamou até a atenção do matemático alemão Euler. Ele já havia lido a meu respeito, uma referência a minha capacidade de jogar de olhos vendados, na Enciclopédie organizada por Diderot, e acabou convencendo Frederico a me convidar para uma visita à corte. (o compositor Philidor)
Neste tabuleiro confrontam-se incessantemente as peças brancas e as pretas; em uma inversão da imagem tradicional, são as primeiras que desejam se apossar do Jogo, enquanto as negras lutam para ocultar seu potencial destrutivo, pois acreditam que o ser humano ainda não está pronto para se apropriar de seu alto poder energético.
Cabe ao leitor descobrir quem são os reis e rainhas brancos e pretos, e que papel cada personagem representa neste tabuleiro. Valentine é a garota inocente, simples, espontânea, praticamente sem malícia, uma criança em sua pureza de coração. Já Mireille é mais séria, introvertida, determinada, e tem a consciência, a princípio quase inconsciente, de estar comprometida com uma missão que pode determinar os rumos da História.
Lilly é um frescor na narrativa tensa que resgata os terríveis eventos passados; ela é engraçada, maliciosa, irreverente. Quanto à Cat Velis, ela herda, de alguma forma, o peso da tarefa parcialmente cumprida por sua antecessora, talvez por isso mesmo tenha a mesma seriedade e coragem, pontuada por uma sutil ironia.
Com certeza as personagens dos tempos presentes, que atravessam a década de 70 no início da crise petrolífera que se abateu sobre o mundo em 1973, espelham as protagonistas que vivenciaram os trágicos momentos da Revolução Francesa e o Império Napoleônico.
Katherine nos traz uma nova visão dos fatos históricos, agora sob o ponto de vista da luta por um poder inimaginável, apocalíptico, o qual se oculta na fórmula impressa no Xadrez de Montglane, nos símbolos incrustados no tabuleiro, em suas peças e na capa que o recobre.
A música tem o poder de criar um universo ou de destruir uma civilização. Se não acredita, sugiro que leia a Bíblia. (...) Quem compreende a arquitetura da música compreenderá por certo o poder do Xadrez de Montglane. Ambos são a mesma coisa.
(...) acredito que é esse poder, o poder da música da linguagem, da matemática da música, do segredo do Verbo com que Deus criou o Universo e destruiu o império da Babilônia... É esse poder, acredito, o segredo oculto no Xadrez de Montglane.
Cada capítulo é precedido por epígrafes sobre o Xadrez ou temas afins abordados nos tópicos correspondentes. No passado a narrativa flui na terceira pessoa, focada em vários pontos de vista, enquanto no presente a trama é tecida na primeira pessoa, ou seja, sob a ótica de Cat Velis. A leitura é de tirar o fôlego e o final é surpreendente e emocionante, além de nos preparar para uma nova sequência, já publicada no Brasil e intitulada O Fogo.

Katherine Neville já escreveu vários livros, todos vertidos para 40 idiomas e publicados em pelo menos 80 países. Ela já foi vice-presidente do Bank of America e trabalhou como consultora internacional de sistemas informáticos. Além disso, ela também pinta e é fotógrafa. Hoje a escritora reside na Virginia, nos Estados Unidos.

Editora Rocco, 2010

Autora: Katherine Neville

ISBN: 9788532524317

Origem: Nacional

Edição: 1

678 Páginas

Preço: R$ 49,50

Capa: Brochura

Formato: Médio

Volume: 1


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Amanhecer" (Stephenie Meyer)

Oi Galera! Contagem regressiva para a estreia da primeira parte do filme Amanhecer, não é mesmo? Pensando nisso, decidi postar aqui a resenha sobre o último livro da sére Crepúsculo. Só para refrescar um pouco a memória!!!!!!! Como se fosse possível esquecer, não é mesmo?



Ler Amanhecer é como mergulhar em um universo de mitos que nos envolve de tal maneira que, subitamente, ele se transforma na única realidade possível. Nesta sequência final da série Crepúsculo, a trama se torna ainda mais eletrizante, as hesitações se definem, escolhas são realizadas e o leitor finalmente saberá se Bella, a protagonista da saga, optará por continuar humana ou se converterá definitivamente em vampira.

No final de Eclipse - volume anterior -, Bella ainda está dividida entre dois amores distintos, ambos do circuito mítico – o vampiro Edward e o lobisomem Jacob. Ela ainda vacila, também, entre sua condição humana e o seu futuro como vampira, pesando em sua balança interior o que conquistará e o que perderá com suas escolhas.

Pode-se correr de alguém de quem se tenha medo; pode-se tentar lutar com alguém que se odeie. Todas as minhas reações eram preparadas para aqueles tipos de assassinos — os monstros, os inimigos. Mas quando se ama aquele que vai matá-la, não lhe restam alternativas. Como se pode correr, como se pode lutar, quando essa atitude magoaria o amado? Se sua vida é tudo o que você tem para dar ao amado, como não dá-la? Quando ele é alguém que você ama de verdade.

Em Amanhecer uma nova jornada a aguarda, um casamento que a apavora, seu distanciamento da família, especialmente do pai, Charlie, e a imprevisível lua-de-mel, da qual ela não sabe o que realmente esperar. Tudo é mistério e incógnitas diante de si. Por outro lado, Jacob, seu melhor amigo, igualmente aspirante ao seu coração, está desaparecido, transfigurado em forma de lobo, fugindo desesperadamente diante da possibilidade de perder seu grande amor.


Bella se refugia em suas fantasias, imaginando como será seu mundo ao lado de Edward, tentando conceber a si mesma como vampira, buscando a autoconfiança que não a ampara em sua identidade humana. Ela segue adiante e se torna a Senhora Cullen, cheia de expectativas e esperanças, embora sua felicidade ainda esteja incompleta, pois sabe o quanto Jacob está infeliz.

Não importava quantas vezes eu tivesse dirigido pela conhecida estrada para casa, eu ainda não conseguia fazer com que os cartazes desbotados pela chuva desaparecessem ao fundo. Cada um deles, colados nos postes telefônicos e em placas de rua, era como um novo tapa na cara. Um merecido tapa na cara. Minha mente foi levada de volta ao pensamento que interrompi tão rapidamente. Eu não conseguia evitar aquela estrada. Não com as imagens de meu mecânico preferido voando por mim a intervalos regulares.
Meu melhor amigo. Meu Jacob.
Você viu esse garoto? Os cartazes não foram idéia do pai de Jacob. Foram do meu pai, Charlie, que os imprimiu e espalhou por toda a cidade.

A partir desta escolha de Bella, tudo pode acontecer, até mesmo o que o leitor jamais poderia esperar. E quando tudo parece se encaminhar para a resolução dos sentimentos envolvidos neste triângulo amoroso, e as feridas parecem começar a cicatrizar, a trama toma novamente um rumo inesperado, que pode não só mudar o mundo dos vampiros e dos lobisomens, mas até mesmo destruí-los.

Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar de lado o ponto de vista único, protagonizado por Bella, e ao criar, a exemplo do que já tentara em Eclipse, uma visão multíplice, ao incluir a voz de Jacob na narrativa. Esta é completamente subvertida ao assumir o ângulo do outro vértice do triângulo, ao revelar a forma como ele vê os outros personagens e o próprio enredo. É possível que o leitor até se esqueça de que, até então, a trama era conduzida pelas lembranças de Bella.

Talvez não houvesse história nenhuma. Talvez Charlie ligasse para perguntar ao meu pai se ele sabia de alguma coisa sobre o Dr. Cullen, que certo dia não apareceu para trabalhar. A casa abandonada. Nenhuma resposta em qualquer dos telefones dos Cullen. O mistério narrado em um noticiário de segunda classe, a suspeita de um golpe...
Talvez a grande casa branca fosse completamente queimada, com todos presos lá dentro.
(...) Conhecia Edward bem o bastante para saber que, se eu matasse alguém do bando dele, teria minha chance com ele também. Ele viria para se vingar. (...) Seríamos só ele e eu. E que o melhor vencesse. (Jacob)

Sob este ponto de vista, é possível perceber que as escolhas de Bella não transformaram definitivamente apenas o universo dos Cullen, mas também, e principalmente, o clã dos lobos. Com o desenrolar dos acontecimentos, o líder deles, Sam, vê sua autoridade, adotada por falta de um alfa legítimo, ser contestada por Jacob, que está naturalmente destinado a ocupar esta posição. Depois deste passo decisivo, nada mais será como antes. O clã está inevitavelmente fissurado.



Neste volume, todos os mistérios e tramas habilmente dispostos ao longo da saga são finalmente decifrados e solucionados. Mas, até chegar a esta conclusão assombrosa, o leitor terá que se munir de nervos de aço, pois a história se desenrola de tal forma, que ele não deve estranhar se não conseguir respirar, a não ser depois que alcançar a margem extrema da narrativa. Ou seja, quando finalmente amanhecer.

Editora Intrínseca, 2009

Autora: Stephenie Meyer

ISBN: 9788598078465

Origem: Nacional

Edição: 1

567 Páginas

Preço: R$ 39,90

Capa: Brochura

Formato: Médio

Volume: 4

terça-feira, 8 de novembro de 2011

“Como (quase) Namorei Robert Pattinson” (Carol Sabar)

Galera, aí vai mais um lançamento da Editora Jangada. Ainda não li, mas parece ser muiiiiito legal. Prometo que, se conseguir ler, posto uma resenha caprichada aqui. Pela sinopse parece ser uma história realmente engraçada e original. E a autora é mineira, de Juiz de Fora; aliás, recebi um convite muito fofo da Mayara para participar do lançamento do livro na terra natal da escritora. Vai ser no dia 25 de novembro na Saraiva do Independência Shopping, a partir das 19h00, com direito a coquetel e tudo.


Editora Jangada publica mais um super lançamento. Desta vez é o primeiro livro de uma brasileira, a mineira Carol Sabar. Sua história gira em torno do sonho comum de praticamente toda adolescente, e às vezes até de outras faixas etárias, a de conhecer seu ídolo e desempenhar algum papel em sua vida íntima.
Duda não tem medo de assumir este desejo; obcecada pela série Crepúsculo, ela sente crescer dentro de si uma irresistível vontade de se encontrar com o protagonista desta saga, o terno e encantador Edward Cullen, ou melhor, com seu intérprete, Robert Pattinson. Não há limites para as fantasias da jovem.
Quando abro os olhos, ali estou eu, deitada de bruços na areia da praia. E Robert Pattinson está passando óleo bronzeador nas minhas pernas...
Só que Duda não acredita que se trata somente de um mero devaneio; ela realmente crê estar principiando a jornada que lhe permitirá encontrar seu ídolo; aliás, ela fará tudo para ter este superstar aconchegado em seus braços. Mas a vida apresenta caminhos inesperados, e o que ela nunca imaginou se torna realidade.
Em meio a peripécias e surpreendentes mudanças de rumo na narrativa, entre várias situações engraçadas, a garota de 19 anos cria na Net um perfil restrito, através do qual ela interage com outras fãs de Robert/Edward, o vampiro mais sedutor do Planeta, ao qual nenhum outro garoto se compara.
Mas a protagonista vai ainda mais longe. Ela recebe a oportunidade de estudar por algum tempo em Nova Iorque, e nesta metrópole a garota imagina mil formas de ter um encontro pessoal com Robert Pattinson. Duda só se dá conta do alcance de sua compulsão pela série e por seu ídolo quando um acontecimento imprevisível atinge seus livros, que jamais poderão ser substituídos.
Neste momento a jovem percebe que algo em sua forma de agir precisa ser urgentemente modificado. É então que ela se depara com Miguel Defilippo, que vive próximo a ela na Ilha de Manhattan. Ele é simplesmente igual ao Robert Pattinson, e então os objetivos centrados no ator são transferidos para o jovem milionário, cativante, enigmático e mais inatingível do que o próprio astro de Hollywood.
Para saber se a protagonista vai realizar o sonho de encontrar seu ídolo; se ele ainda a fascina como antes; o que acontecerá entre ela e Miguel, o leitor deve mergulhar de cabeça nesta leitura ágil e engraçada. A autora garante que seu público vai descobrir logo de início os encantos desta narrativa singular e arrebatadora.
O enredo eletrizante promete muitas gargalhadas, inúmeras façanhas, boas doses de paixão e peripécias sem fim. Certamente a escritora tem razão quando garante que os fãs de Crepúsculo vão desenvolver uma empatia imediata com a história. Sua protagonista se baseia em todas as jovens que desejam acima de tudo achar o seu próprio vampiro ideal, já que este personagem substituiu definitivamente o príncipe encantado no alto de um cavalo branco.
Nas palavras da própria protagonista:
Ah, tudo bem. Eu confesso. O negócio é que estou apaixonada por Edward Cullen, o vampiro encantado da saga Crepúsculo, e por Robert Pattinson, o ator que o interpreta nos cinemas. Sei que é uma grande loucura, que o primeiro não existe e o segundo não sabe que eu existo. Mas, depois deles, nenhum homem parece suficientemente perfeito para mim. É isso aí. Pronto, falei.
Carol Sabar nasceu na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ela simplesmente adora café, pão de queijo e biscoito de polvilho! E facilmente pode afirmar, como qualquer conterrâneo: “É logo ali, uai!”, mesmo que a direção indicada ainda esteja distante.
Ela se graduou em Engenharia, embora tenha uma apurada sensibilidade artística expressa anteriormente através do piano e do violão. A autora ama viajar e assistir séries como Friends, Seinfeld e Gossip Girl. Carol recebeu a inspiração de criar seu primeiro livro quando estava em meio ao trânsito congestionado; ela logo visualizou a figura do ator Robert Pattinson espalhando bronzeador nas pernas de sua fã. Ela começou a escrever sua história assim que se viu em casa.

Editora Jangada, 2011
Autora: Carol Sabar 
ISBN: 9788564850019

Assunto: Ficção/Romance

464 Páginas

Preço: R$ 39,90

Capa: Brochura

Formato: Médio


 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Eclipse" (Stephenie Meyer)

Galera, está cada vez mais próxima a tão aguardada estreia do filme Amanhecer, baseado, como todos sabem rs rs rs, no último volume da série Crepúsculo. Pois é, a primeira parte vai ser lançada nos cinemas no dia 18 de novembro deste ano. Neste mesmo dia pretendo postar aqui a resenha sobre o livro Amanhecer; por enquanto, fiquem com Eclipse.




Nesta sequência da saga Crepúsculo, Bella não encontra mais seus adversários e fantasmas apenas no plano exterior, mas também e principalmente em si mesma. Presa a sentimentos confusos e atormentados, ela se vê fragmentada, dividida entre dois universos completamente diferentes, o do fogo e o do gelo, como bem prenuncia a epígrafe do livro, um belo e misterioso poema de Robert Frost.

Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
Outros  em gelo.
Fico com quem prefere o fogo.
Mas, se tivesse de perecer duas vezes,
Acho que conheço o bastante do ódio
Para saber que a ruína pelo gelo
Também seria ótima
E bastaria.

Como a protagonista do romance O Morro dos Ventos Uivantes, que Bella não consegue parar de ler, ela permite que emoções contraditórias a dominem e não teme o monstro que pode se tornar ao se transformar em vampira, mas igualmente o ser monstruoso que já se insinua dentro de sua própria humanidade, o egoísmo.

Entre o amor e a amizade; a promessa de um futuro, ao mesmo tempo desejado e temido, e a lealdade a um antigo companheiro, a personagem desta trama cada vez mais elaborada e irresistível se encontra, em Eclipse, à beira de uma encruzilhada que determinará toda a sua existência.

Além disso, Bella tem consciência de viver entre mitos e lendas ancestrais, e de estar situada exatamente no epicentro de um antigo conflito entre vampiros e lobisomens, materializado em sua vida na forma de um triângulo amoroso – de um lado, sua eterna paixão pelo vampiro Edward; de outro, sua amizade por Jacob, o lobisomem. Qualquer decisão sua pode, sem querer, reacender este velho confronto.

Sim, eu sinto sua falta também. Muito. Isso não muda nada. Desculpe.
Jacob
.
Passei os dedos pela folha de papel, sentindo as marcas onde ele pressionara tanto a caneta que quase a rasgou. Eu podia imaginá-lo escrevendo isso — rabiscando as letras furiosas com sua caligrafia tosca, riscando linha após linha quando as palavras saíam erradas, talvez até quebrando a caneta com sua mão grande demais; isso explicaria as manchas de tinta. Eu podia imaginar a frustração unindo suas sobrancelhas pretas e enrugando sua testa. Se eu estivesse lá, poderia até rir. Não tenha um derrame cerebral por isso, Jacob, eu teria dito a ele. É só colocar para fora. (...)

Edward tinha outra palavra em mente, que era a origem da tensão que eu sentia. Eu tinha arrepios só de pensar nela.
Noiva. Argh. Dei de ombros para me livrar da idéia.

Como se isso não bastasse, Bella é novamente ameaçada por Victória, seu pior pesadelo, e por um enigmático inimigo sem face, o qual deixa um rastro de sangue atrás de si, em crimes aparentemente cometidos por um psicopata, na vizinha cidade de Seattle. Além disso, ela se apavora diante da possibilidade de reencontrar, ainda sob a forma humana, os apavorantes Volturi.

Este terrível cenário torna-se ainda mais assustador à medida que se aproxima a formatura de Bella, pois este é o momento escolhido pelo líder do clã dos Cullen, Carlisle, para que ela finalmente realize seu grande sonho, o de adentrar as luzes – ou as sombras? – da eternidade. Mas a protagonista desta saga, diante de tantos questionamentos interiores, não se sente mais tão segura e convicta de suas escolhas.

Muitas questões fundamentais, fios que tecem a existência no mundo contemporâneo, são abordadas neste livro pela autora, tais como a constituição da natureza humana, os limites entre o Homem e a fera, o racional e o irracional, o que é natural e o que impede a vida de seguir seu curso normal, as sombras que se insinuam nas relações entre os seres, a importância cada vez mais premente da prática da tolerância.

Com gelo no coração, eu o vi se preparar para me defender. Sua intensa concentração não demonstrava sinal algum de dúvida, embora eles estivessem em maior número. Eu sabia que não podíamos esperar qualquer ajuda — naquele momento, era certo que a família dele lutava pela própria vida assim como ele lutava pela nossa.
Será que um dia eu saberia o resultado desse outro combate? (...)
Olhos negros, selvagens com o desejo feroz por minha morte, esperavam o momento em que meu protetor estivesse distraído. O momento em que eu certamente morreria.

Stephenie Meyer conduz seus leitores com maestria pelas páginas de seus livros. Ela constrói personagens com os quais cada um pode se identificar sem problemas. Nada de heroínas, personagens irretocáveis e perfeitos. Bella é antes de tudo humana, portanto tem a liberdade de ser nobre e egoísta, fascinante e chata, corajosa e covarde.
Nem mesmo Edward e Jacob, integrantes do imaginário fantástico, escapam das saborosas e bem-vindas imperfeições da Humanidade, e na disputa por Bella, recorrem a todos os ardis disponíveis. Para os fãs da saga, mais um presente de Stephenie, irresistível e compulsório!

A autora continua a se inspirar, como deixa claro nos agradecimentos, nas bandas que compõem o cenário do novo rock alternativo nos Estados Unidos e na Inglaterra. Muse, Linkin Park, Paramore, The Killers, e suas recentes descobertas, Placebo, Blue October, Ok Go, entre outras bandas, podem embalar perfeitamente não só a transposição desta trama para as telas dos cinemas, mas também a própria leitura do livro.





Editora: Intrínseca

Autor: Stephenie Meyer

ISBN: 9788598078410

Origem: Nacional

Ano: 2009

Edição: 1

Número de páginas: 464

Acabamento: Brochura

Formato: Médio

Volume: 




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"O Livro Celta da Vida e da Morte" (Juliette Wood)

Oi Pessoal! Hoje eu trago a sinopse de um lançamento muito legal da Editora Pensamento. Principalmente para quem curte mitos, fadas, deuses e herois. Tenho certeza que vocês vão ficar ansiosos para ler, exatamente como eu. Espero em breve resenhar esta obra para vocês aqui neste cantinho literário.


Juliette Wood apresenta ao leitor, nesta obra, um guia repleto de ilustrações sobre os símbolos impressos nos mitos e histórias celtas, e revela a jornada desta civilização dos primórdios da vida até a morte. Ela também expõe o ponto de vista deste povo ancestral sobre os enigmas que permeiam o conceito de vida após a morte.
Esta nova publicação da Editora Pensamento presenteia o público com mais de 70 imagens de obras de arte primorosas que retratam a simbologia e os paradigmas do estilo celta, e de fotos representando cenários invocativos, armamentos, esculturas e joias de um valor incalculável.
Desta forma a autora traduz, em seu livro, o saber dos celtas, traduzido em sua mitologia e nos sentidos velados manifestos em narrativas protagonizadas por seres heroicos, gigantes, entidades lendárias, viagens a universos míticos e pela religiosidade e práxis dos sacerdotes druidas, os quais preservam os conhecimentos secretos do alto da posição que ocupam na hierarquia organizada por esta civilização.
Este livro se inspira nos Livros dos Mortos, o tibetano e também o egípcio. Ele delineia a trajetória da alma humana e o saber a que ela deve aspirar e entender ao longo de sua existência. A obra enfoca igualmente outros temas significativos desta cultura: a temporalidade, a vida após a morte, o destino, visões proféticas, a bravura, os ritos de fertilidade, entre outros. O resultado é uma coletânea singular das várias faces que caracterizam esta civilização antiga, requintada e misteriosa.
O Livro Celta da Vida e da Morte é prescrito aos que desejam se aproximar mais intimamente da essência do povo celta e de seus segredos, e também aos que endossam a citação de Joseph Campbell, um dos mais eminentes mitólogos do século XX: “A mitologia nos une em sua universalidade e, por meio de suas semelhanças e diferenças, nos tornamos mais próximos uns dos outros, fazendo-nos perceber que somos uma única família: a humanidade”.
Juliette Wood é conferencista honorífica do Departamento de Galês da University of Wales College de Cardiff e professora do Departamento Extramural da University of Reading. Em 1996 ela passou a ocupar o cargo de presidente da Sociedade de Folclore. Sua obra privilegia o estudo das divindades celtas, da imagem feminina presente nos mitos e a importância dos cavalos na cultura celta.

Editora Pensamento, 2011
Autora: Juliette Wood

ISBN: 9788531517426
Assunto: Mitologia

136 Páginas

Preço: R$ 36,90

Capa: Brochura

Formato: Médio

Agora vou apresentar um pouco melhor este grupo editorial:
O Grupo Editorial Pensamento, reconhecido pelo pioneirismo e inovação na seleção de temas e títulos para publicação, nasceu em 1907 com a criação da Editora Pensamento. Seus livros têm influenciado várias gerações ao abordar temas como espiritualidade, autoajuda, esoterismo e saúde. Em 1956, foi fundada a Editora Cultrix, com o objetivo de lançar títulos voltados para a área de ciências sociais e humanas, especialmente literatura, linguística, sociologia, psicologia, administração e marketing. Hoje, figura entre as editoras que mais contribuem para o fortalecimento de uma cultura voltada à sustentabilidade. Em 2009, foi adquirida a Editora Seoman, que publica livros nas áreas de biografias, moda e cultura pop. Esse ano, com o objetivo de alcançar novos espaços e ampliar o público leitor, o Grupo Editorial Pensamento lança o selo Jangada, com títulos nas áreas de ficção fantástica e histórica.
Sobre o

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"A Fada" (Carolina Munhóz)

Oi galera! Já estava com saudades! Aqui vai a sinopse de um livro da Editora Novo Século. Nossa, eu adoro fadas, e tenho também em comum com autora a paixão pela série Harry Potter. Estou louca para ler esta história. Assim que eu adquirir esta obra, prometo postar aqui a resenha.


Melanie Aine é uma jovem que se considera normal, até completar 18 anos. Ao contrário das pessoas que conhece, ela não ganha de presente um objeto caro, uma passagem de avião rumo a um destino turístico e muito menos uma comemoração inesperada, e sim a morte do pai, uma inusitada marca corporal e como se tudo isso não bastasse, ainda tem a revelação de que não se enquadra na categoria dos seres humanos.
Além disso, a protagonista se depara com um universo paralelo oculto sob as brumas e a atmosfera misteriosa características de Londres. Revela-se diante dos olhos de Melanie uma esfera sobrenatural que ela não poderia desprezar, uma vez que ela própria tem um papel essencial a desempenhar neste novo mundo.
A garota acaba de receber uma herança ancestral que pode provocar um terremoto em sua vida, o qual trará consigo inúmeros dramas pessoais. Ela não está segura de que será capaz de se habituar a esta estranha dimensão, mas Melanie não parece ter muita escolha neste caso.
Todas estas mudanças inesperadas trazem também consigo a esperança de viver um amor intenso, desencadeado por um homem enigmático, procedente de um clã de bruxos influentes. Este relacionamento, porém, sustenta-se em uma linha sutil e débil que, de um lado, oferece afeição e, de outro, pode atrair a cólera.
Uma emoção tem o poder de transportar a protagonista a um estado metafísico e à eternidade; a outra pode levá-la à destruição e à perda de suas lembranças. Assim, subitamente, a garota encontra-se no centro de um turbilhão de eventos mágicos, magia, combates, seres míticos, e acontecimentos fantásticos.
Esta é uma trama sobre revelações e oportunidades de transcender desafios e obstáculos que se interpõem em nossa jornada. Ela também apresenta o amor como o sentimento que nos leva ao reencontro com a existência e todo seu conteúdo mágico. Nela o leitor pode encontrar um profundo teor espiritual e respostas para sua própria vida.
Carolina Munhóz é escritora, jornalista e também associada do Potterish, um dos mais importantes sites do Planeta sobre o bruxo Harry Potter. Ao completar 18 anos ela decidiu correr mundo e passou pela Inglaterra, França, Itália, Suíça e Estados Unidos; neste país a autora teve a chance de encontrar os protagonistas da saga Harry Potter.
Sua jornada foi destaque na mídia, principalmente em veículos como Folha de São Paulo, Estadão, TV Cultura, Disney Channel e na revista Época, na qual ela contracenou com as autoras Cassandra Clare e Alexandra Adornetto. Hoje ela sobrevive de seu ofício literário e é fissurada por redes sociais. Além disso, é completamente apaixonada por fadas.

Editora Novo Século, 2011

Autora: Carolina Munhóz

ISBN: 9788576795360

Assunto: Ficção Fantástica

224 Páginas

Preço: R$ 29,90

Capa: Brochura

Formato: Médio


domingo, 18 de setembro de 2011

"Eu Sou o Número Quatro" (Pittacus Lore)

Este livro eu faço questão de compartilhar com vocês. Não deixem de ler, de preferência antes de assistir o filme, que não vi ainda, mas com certeza roubaria boa parte do clima deste thriller eletrizante! Assim que assistir a adaptação para o cinema, falo um pouco sobre esta versão.



Poucos livros me abalaram tanto quanto este, que já figura entre minhas obras preferidas em uma lista restrita. Ele é fruto de um enredo original, uma narrativa ágil, dinâmica, bem estruturada e de um ardil singular dos autores, que criam uma identidade fictícia ao figurarem como um dos personagens da trama, o ancião Pittacus Lore, exilado há doze anos na Terra, a quem os lorienos teriam confiado sua história.

O protagonista do primeiro volume da saga Os Legados de Lorien é apenas um adolescente, não um super-herói implacável. Ele chegou à Terra há dez anos, vindo de um planeta devastado por outra civilização alienígena, os Mogadorianos; em sua nave embarcaram apenas nove crianças acompanhadas de seus guardiões, os Cêpans, últimos remanescentes dos lorienos.

Dizem-me que o chão tremeu, que os céus se encheram de luz e explosões.Vivíamos aquelas duas semanas no ano em que as duas luas pairam em lados opostos do horizonte. Era um tempo de celebração, e no início as explosões foram confundidas com fogos de artifício. Mas não eram. (...) O que lembro com mais clareza é como minha avó estava naquele dia. Havia lágrimas em seus olhos. (...) Havia abraços. E palavras ditas por eles. Não lembro quais foram. E nada me atormenta mais do que isso. Levei um ano para chegar aqui. Eu tinha cinco anos quando chegamos.

Seus adversários os seguem até a Terra, dispostos a dizimar completamente a linhagem de Lorien e também a estudar as  fraquezas dos terráqueos para, posteriormente, destruir também os humanos e ocupar o seu lugar no Planeta, uma vez que já destruíram seus recursos naturais e Mogadore é uma estrela em extinção. Ao partir de seu mundo cada criança foi marcada por um encantamento lórico, o qual só permite que elas sejam mortas na sequência dos números atribuídos a cada uma delas.

Cada vez que um dos lorienos morre, nos demais aparece uma circatriz circular no tornozelo direito. É assim que eles são alertados e sabem quando serão os próximos. No início desta história três deles já foram mortos, e o Número Quatro sabe, agora, que é a presa do momento. É quando Henri, nome adotado por seu guardião ao chegar à Terra, decide partir para outra cidade, Paradise, um pequeno lugarejo de Ohio.

As mudanças constantes me esgotaram, e agora vai ser impossível  passar despercebido ou ficar em um lugar por algum tempo. Vai ser impossível fazer amigos ou me sentir parte de algo. Cansei dos nomes falsos e das mentiras. Estou farto de viver olhando por cima do ombro para ver se há alguém me seguindo. Eu me abaixo e encosto nas cicatrizes no tornozelo direito. Três círculos, que representam os três mortos. (...) Enquanto toco as cicatrizes, tento imaginar quem eles eram, se eram garotos ou garotas, onde viviam, quantos anos tinham quando morreram.


É hora de assumir uma nova identidade, e o Número Quatro se torna John Smith. Outra escola, outros colegas, diferentes experiências. Ele está cansado de se mudar, de não ter uma vida como a dos jovens humanos, pois nunca teve a oportunidade de fazer amigos ou de se apaixonar e ter uma namorada. Neste contexto o garoto conhece Sarah Hart, filha da corretora imobiliária com quem seu guardião negociou a  nova residência, e sua colega de colégio, e se torna o melhor amigo de Sam, o adolescente mais estranho da cidade, e de Bernie Kosar, o incomum cãozinho beagle que o adota.

Para sua segurança, John é obrigado a seguir determinadas normas ditadas por Henri, entre elas não se destacar e jamais chamar a atenção sobre si mesmo, pois qualquer incidente pode atrair os mogadorianos. Mas desta vez ele decide se comportar como um aluno comum, e logo no primeiro dia de aula cria uma séria inimizade com Mark James, ex-namorado de Sarah, e consequentemente com todo o time de futebol da escola, os amigos do pretenso valentão.

Neste exato momentos seus Legados começam a desabrochar. Em seu planeta natal a civilização é dividida entre os Gardes, seres com poderes excepcionais, que variam de um para o outro, e os Cêpans, seus guardiões, os quais os ajudam a desenvolver seus dons. John começa a despertar seu primeiro Legado, o Lúmem, ou seja, a resistência ao fogo e ao calor. A partir deste instante Henri lhe permite ter acesso, pela primeira vez, à Arca Lórica, um artefato lorieno que contém sua herança.

Em Lórien havia dois tipos de cidadãos: os comuns e os que desenvolvem os Legados, ou poderes - que podem ser extremamente variados, (...) da invisibilidade à capacidade de ler mentes, voar ou manipular as forças da natureza, como o fogo, o vento ou os raios. Os que têm os Legados fazem parte da Garde, e os que não os têm são intitulados Cêpans, ou Guardiões. (...) Todo Garde é designado a um Cêpan quando pequeno, que o ajuda a entender a história do planeta e a desenvolver seus poderes. Cêpan e Garde - um grupo para administrar o planeta, outro para defendê-lo.

O primeiro objeto com o qual ele tem contato é o cristal lórico, instrumento que lhe possibilita desenvolver seu  Legado e ter visões do passado; por meio destas ele vai recompondo as lembranças que adormecem em sua consciência, pois tinha apenas quatro anos quando partiu de Lorien. Entre os rígidos treinamentos para o despertar de seus outros poderes e as memórias da Guerra que destruiu seu Planeta, John se apaixona por Sarah, e este sentimento o leva a criar raízes em Paradise, algo impensável para um lorieno em fuga.

Embora John se sinta feliz como nunca e se esforce para ser um garoto comum, o amor e a amizade podem colocar em risco seus planos de segurança. Sua vida chega a uma encruzilhada: como ele pode esquecer o passado, o projeto de desenvolver seus Legados até estar pronto para se unir aos outros sobreviventes e, no momento certo, lutar contra os mogadorianos e então retornar a Lorien e reconstruir o Planeta que ainda pulsa em seu núcleo? Por outro lado, como pode renunciar ao amor de Sarah e à amizade de Sam, uma experiência com a qual sempre sonhou e que agora se torna possível?

- Humanos. Acha que eles podem sentir amor por nós? Quero dizer, amor de verdade. (...)
- somos diferentes deles. E amamos de maneira diferente. Um dos dons dos seres de nosso planeta é amar completamente. Sem ciúme, insegurança ou medo. Sem mesquinhez. Sem raiva. Você pode ter sentimentos intensos por Sarah, mas não são os mesmos sentimentos que você teria por uma garota loriena.

A narrativa na primeira pessoa compõe uma trama eletrizante, capaz de abalar os nervos mais resistentes, e por páginas e páginas, principalmente na metade final do livro, nos faz roer as unhas e não nos permite deixar de lado o livro até a última linha; quando somos obrigados a abandonar por alguns momentos a leitura, as cenas, muito nítidas em cada passagem, ficam passando em nossa mente sem cessar. Não há palavras que descrevam o ritmo deste thriller e as emoções que a história é capaz de despertar no leitor.

Os autores nos transmitem uma mensagem importante, principalmente no momento que a Terra atravessa. Lorien é um planeta bem mais antigo que o nosso; seus habitantes acompanharam toda a evolução terrena, e percebem que os terráqueos estão prestes a provocar um esgotamento de seus recursos, da mesma forma que os lorienos em outras eras, e os mogadorianos recentemente. Os primeiros perceberam seu erro e reverteram seu comportamento destrutivo, evoluindo a ponto de desenvolver os Legados; os outros preferem matar sua estrela natal e destruir as demais, sugando a essência vital alheia. E quanto aos humanos, qual será sua escolha?

Um planeta velho, cem vezes mais velho do que a Terra. Cada problema que a Terra enfrenta hoje - poluição, superpopulação, aquecimento global, falta de alimento -, tudo isso Lorien já enfrentou. Em dado momento, vinte e cinco mil anos atrás, o planeta começou a morrer. Isso aconteceu muito antes da habilidade de viajar pelo universo, e o povo de Lorien foi forçado a agir para sobreviver. (...) eles garantiram o compromisso de garantir que o planeta se tornasse para sempre autossustentável, mudando sua maneira de viver, dispensando tudo o que era prejudicial - armas e bombas, substâncias químicas tóxicas, poluentes -, e com o tempo o dano começou a ser revertido.

Pittacus Lore é o nome fictício de que se valem os autores, James Frey, criador do polêmico livro de memórias A Million Little Pieces, e Jobie Hughes, escritor norte-americano que traz em seu currículo a publicação de Agony at Dawn. Eu Sou o Número Quatro foi adaptado para as telas dos cinemas pelo diretor D. J. Caruso, produzido por Steven Spielberg e Michael Bay, protagonizado por Alex Pettyfer.


Editora: Intrínseca


Autor: Pittacus Lore
ISBN: 978-85-8057-013-7

Assunto: Ficção Científica/Literatura Fantástica

350 Páginas

Preço: R$ 39,90

Ano: 2011

Volume: 1

Capa: Brochura

Formato: Médio