terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Cidade dos Deuses" (Evanice Maria Pereira)


Este é um dos raros romances espíritas que realmente enfoca os conceitos presentes na Doutrina. Questões essenciais são esclarecidas nesta obra, sem falar na trama, ambientada na Índia em um período histórico anterior à vinda de Cristo. Amei este livro. Envolvente, emocionante, divertido e eletrizante. Vale a leitura!


Esta obra navega na contramão de boa parte da literatura espírita contemporânea, a começar pela escolha da época e do cenário. Ela se passa na Índia, antes da vinda de Jesus, quando cada reino adorava sua própria divindade. Naripura não é exceção à regra; aí a deusa Nari governa o coração e as almas dos súditos do soberano Viasa.

A estas terras, porém, as esferas espirituais enviaram um ser atípico, com um dom especial e uma missão árdua e sublime a cumprir. Chandra, desde a infância, não se comporta como um príncipe terreno, e sim como uma criança singela, terna, destemida e visionária. Sempre que pode ele foge para o bosque e se une aos pequenos da aldeia, sem nunca agir como se fosse superior a eles.

Antes mesmo de completar seis anos o garoto já profetizava; em sua inocência e pureza não se continha e contrariava as orientações do Amigo, entidade espiritual de intensa luz que sempre o acompanhava e protegia. Falante e repleto de energia, ele sempre expressava publicamente as revelações de seu mentor, assim como ocorreu com o nascimento de seu irmão, Nanda, quando ninguém mais acreditava que Mádri geraria outro filho.

“O Amigo” (...) era um vulto luminoso que, após brisa agradável e perfumada, surgia muito ligeiramente por entre as árvores do bosque, nos ambientes do palácio, nos jardins, onde quer que fosse. O Amigo falava-lhe sobre acontecimentos. (...) Suas palavras soavam como o suave bater das asas de uma borboleta. (...) Suas aparições eram espontâneas. (...)

Olhou ao redor. Será que o Amigo ainda estava presente?  (...)

- Errei, não foi? Não devia ter falado sobre os parentes de Ramai. Falei demais, como a rainha sempre diz. (...) Sou mesmo descuidado! Você me disse que não devo dizer tudo que ouço.

Também previu que a criança não seria santa, como afirmava Nura, o sumo sacerdote de Nari, e que ele próprio não herdaria o trono do pai. Suas profecias contrariam incessantemente o líder do templo, que cada vez mais perde sua reputação junto ao rei. Enquanto o representante da deusa insiste em reprimir os que não se submetem a ela, como o ancião Asita e os ascetas orientados por Sanjaia e sua irmã Kasturbai, Chandra segue o caminho inverso e se torna protetor dos devotos do Misericordioso.

Viasa, um governante sensato e justo, nada vê de errado nas concepções dos seguidores de Sanjaia, mas imposições políticas e sacerdotais o obrigam a mantê-los no calabouço, até que uma inesperada enfermidade o atinge e Chandra convence a mãe da necessidade de libertar os cativos para que o pai encontre a cura. A rainha segue seus conselhos, mas nesse ínterim o príncipe também adoece gravemente, e no auge do desespero o soberano renuncia a Nari e encontra abrigo no Criador, a quem seu filho já se referia quando era mais novo.

Mesmo com Chandra restabelecido, os pais ainda hesitam e entregam a criança nas mãos do sacerdote; arrependidos e alertados por um ser espiritual, resgatam o filho e dão início a um rompimento que futuramente trará graves conseqüências para a família e o reino.

- Se a deusa do meu povo não me ouve e nem mesmo os deuses de outra nação, ouve-me, então, um que não conheço um que não é conhecido por imagem de pedra. Ouça-me Aquele que meu próprio primogênito me falou um dia: o Maior de Todos os Seres. Se é que você existe e governa acima de todos os monumentos e estátuas, cure meu filho, eu suplico. (...) desdenhe a própria morte, que tombará vencida pelo seu poder insuperável. (...)

Da janela de seu aposento, Nura viu a comitiva real parar diante do templo. (...) No salão (...) Viasa foi logo tomando a palavra:

- Senhor, viemos para desfazer um erro. Chandra jamais deveria ter vindo para cá. Viemos buscá-lo.

Nura foi incapaz de ocultar o desapontamento. (...) Sentia-se desacreditado perante os demais. Os reis não lhe confiavam a guarda do herdeiro.

Quinze anos se passam e agora o protagonista é um jovem marcado pelo período de reclusão no templo, dividido entre as crenças da meninice e a devoção a Nari. Inquieto, ele está sempre à procura de algo que não sabe definir; nunca mais o Amigo se manifestou, mas o reencontro com Sanjaia e o contato com Asita podem definir seus caminhos.

Nesta ocasião dois eventos dão uma nova guinada à história. Ele decide se casar com sua amiga de infância, Kadine, mas ela pertence a uma casta inferior, e sua insistência em tê-la como esposa pode atrair a fúria dos sacerdotes, especialmente de Nura, que se revela capaz da maior traição a sua cidade e ao soberano em troca do poder espiritual absoluto.

Por outro lado, Chandra salva sem querer a vida de seu primo, Duriodana, filho do rei de Pandya, Sugriva, um dos maiores inimigos de Viasa e do povo de Naripura. Este ato desprendido não impede que nuvens escuras pairem sobre a cidade dos deuses, e visões de guerra e sangue invadam a mente do herdeiro de Viasa e logo se transformam em prenúncios de tempos sombrios.

A autora compõe com maestria uma narrativa delicada, sensível, comovente, repleta de lições profundas e inesquecíveis. Ao mesmo tempo ela cria uma trama eletrizante, capaz de prender a atenção do leitor da primeira página até o final surpreendente e tocante. Além disso, Evanice reconstitui um período da história da Índia que reflete quase fielmente a sociedade indiana contemporânea, ainda ancorada na ancestral divisão em castas.

Evanice Maria Pereira é graduada em Comunicação e Marketing. Em 1990 a escritora deu início a sua trajetória espírita no Instituto Espírita Obreiros do Bem. Atualmente ela coopera com os trabalhadores do Grupo de Estudos Espíritas Maria de Nazaré, localizado no Jardim Piratininga, em Osasco. A médium é palestrante, milita na esfera da assistência espiritual e na elaboração do periódico deste Centro Kardecista e integra o coral do Instituto Obreiros do Bem.


Editora Butterfly, 2011
Autor: Evanice Maria Pereira
Origem: Nacional
Edição: 1
330 Páginas
Preço: R$ 32,90
Capa: Brochura
Formato: Médio

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Editora Pensamento no Estande da Bienal"


A Bienal está chegando. A abertura é no dia 9 de agosto; os eventos se sucedem até o dia 19 deste mesmo mês. E a Editora Pensamento não deixa a desejar. Visitem seu estande na Rua H 90.



No dia 11 de agosto (sábado), das 16 h até as 18h, a autora Carol Sabar estará autografando o livro Como Quase Namorei Robert Pattinson, que vai ser vendido com 30% de desconto. Os 50 primeiros que comprarem a obra durante este evento vão ganhar uma foto lembrança.

No outro sábado, dia 18, das 11 h às 13h, a Editora Pensamento apresenta um evento quente, que promete agradar blogueiros e leitores. O Encontro Jangada e Clube do Livro Virando a Página vai debater a questão: Os Blogueiros, os Leitores e os Livros. Quem participar vai ter direito a 50% de desconto em qualquer título do selo Jangada.



Nos dias 11 e 12 a Editora tem um presente para pais e filhos: 30% de desconto na Promoção Dia dos Pais em títulos especialmente selecionados para o Paizão. A partir das 18h.

Várias promoções culturais prometem agitar a temporada da Editora Pensamento na Bienal. Quem adquirir o livro Tempest vai levar de brinde um chaveiro e ainda irá concorrer a 10 super-relógios! E mais. Compre um volume da série Acampamento Shadow Falls e concorra a 5 mochilas descoladas!

Maiores informações na página da Editora no Facebook e nas demais Redes Sociais.