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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Capitã Marvel: Jornada Libertadora



Capitã Marvel é um filme do qual eu não esperava nada. Ele não teve o marketing, a expectativa e a repercussão da fase final da saga Os Vingadores. Mas um olhar atento, indo além da superfície, pode encontrar significados mais profundos na história desta protagonista.


No início da trama, Vers, a personagem principal, não sabe quem ela é; perdeu a memória e, portanto, desconhece a própria identidade, que reside na essência do nosso ser. Apesar dos poderes que detém, a protagonista se acha vulnerável, fragilizada.

O mentor dela sempre alerta que uma verdadeira guerreira deve aprender a controlar as emoções. Do contrário, será incapaz de despertar os potenciais interiores; assim, jamais vencerá seus opositores.

Daí a importância do autoconhecimento. Enquanto Vers não resgatar as lembranças, estará à mercê da manipulação de seus inimigos, sujeita à dominação da sua mente.

É bom lembrar que se alguém deseja enfraquecer o adversário, seja este um indivíduo ou um povo, é só investir no controle da consciência, das emoções e da alma do inimigo, roubando suas esperanças. A partir daí, pode-se praticar qualquer desmando, sem que haja nenhuma resistência.


Criada pelos Krees, uma nação alienígena, a futura Capitã Marvel tem apenas flashes do passado em seus sonhos. Mas neles ela não consegue identificar a face de seu verdadeiro adversário.

Ou seja, como Vers ignora a própria identidade, acha-se igualmente inapta para reconhecer os reais antagonistas. É como viver num estado de constante inconsciência, no qual se fica suscetível a discursos doutrinários e a um domínio físico e psicológico.

Esta produção, dirigida por Anna Boden e Ryan Fleck, é primorosa, os efeitos especiais deslumbrantes, o ritmo hipnotizante e o elenco é de primeira, com destaque para Brie Larson, no papel da protagonista, Annette Bening e Samuel L. Jackson, que interpreta de forma brilhante o personagem Nick Fury, o renomado líder da agência secreta S.H.I.E.L.D.

Além disso, a trama ainda leva o espectador disposto a transcender o mero entretenimento a uma reflexão sobre a importância do autoconhecimento, da procura do verdadeiro eu, para deixar de ser manipulável e se transformar em um indivíduo singular.
 


segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Uma Nova Mentalidade



Chega de esperar por salvadores da Pátria! Essa mentalidade gera populistas e ditadores de direita e de esquerda. Precisamos confiar em nosso potencial de transformação, de construir um país melhor.



Cabe aos governantes se preocuparem com o bem da nação e da população. Cabe aos cidadãos pensarem nos interesses do todo, não somente nas vantagens que desejam conquistar.

Temos que aprender a cuidar do nosso lixo, da natureza, a conviver melhor com a vizinhança, a exercitar a tolerância, o respeito, a aceitação das diferenças. Enfim, a exercer a plena cidadania, para que possamos viver em uma democracia plena.
Se não zelarmos pela cultura e pela educação, como realizaremos a imprescindível mudança na nossa forma de pensar e de agir? Gritamos contra a corrupção, mas no dia-a-dia realizamos pequenos ou marcantes atos ilícitos.
Protestamos contra a censura, mas temos dificuldades para aceitar as opiniões, crenças e estilos de vida alheios. Muitas vezes, mesmo sem perceber, julgamos, condenamos, atuamos de forma preconceituosa e intolerante.
E vejam só que ironia. Na ânsia de lutar contra radicais de um extremo ou de outro, acabamos praticando radicalismos disfarçados, renegando e excluindo os adeptos dessa ou daquela ideologia.
A mudança deve começar em nós. É hora de parar de eleger políticos apenas porque defendem nossos interesses materiais. De combater o materialismo que habita em nós e lembrar que somos também e principalmente seres espirituais.
Nosso país clama por uma urgente transformação. E ela depende de nós. Vamos refletir, fazer uma autocrítica, perceber que pontos precisamos modificar em nosso interior. Assim, paramos de jogar pedras nos outros e nos tornamos mais aptos para construir não só um país, mas um mundo melhor.
Temos uma longa jornada a percorrer. Porém, é preciso dar o primeiro passo. Avante!