sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Distopia Brasileira


Primeiro nossas florestas em chamas. Agora os mares invadidos por misteriosas manchas de petróleo. Um governo que não se importa. Instituições federais silenciadas, censuradas, amordaçadas. Um povo dividido por sentimentos de ódio e intolerância.^



Peixes, recifes de corais, algas, vida marinha exterminada. Pescadores impossibilitados de exercer sua profissão. Praias famosas esvaziadas, turistas cancelando reservas. O ar carregado de substâncias tóxicas. Pessoas hospitalizadas.
Na Amazônia, populações ribeirinhas sofrem as consequências de incêndios em grande parte criminosos. Ativistas têm a vida ameaçada. O Ministro do Meio Ambiente elegeu o Ibama, órgão responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente, como um dos seus principais inimigos.
Autoridades incompetentes parecem não se importar com a disseminação de incêndios e manchas. Só o que desejam é posar como atuantes diante da mídia. A comunicação governamental se resume a provocações e fake news. Os governantes se esforçam para encontrar bodes expiatórios e forjar notícias que só convencem seguidores fanáticos.
Enquanto isso, a Natureza grita, populações que vivem e sobrevivem dos recursos naturais giram atordoados, sem saber que futuro os aguarda. E a evolução das espécies ganha contornos inesperados e imprevisíveis. A sociedade civil parece estar paralisada, imobilizada pelo medo ou por uma perplexidade gritante?


Sim, parece um cenário distópico. Há um tênue limite entre ficção e realidade. Retratado em uma obra ficcional, certamente esse contexto geraria um best seller. Infelizmente, porém, é real. E a história se passa no Brasil.
Quem, alguns anos atrás, poderia imaginar uma conjuntura como essa se passando em um país supostamente acolhedor e fraterno, democrático e ecumênico? Só dá para concluir que essas sementes de descaso, tirania, indiferença e intolerância estavam só esperando alguém que as simbolizasse para desabrochar.
Apesar disso, ainda cultivo a esperança. Acredito que há sementes de amor, fraternidade, igualdade, liberdade e paz despertando em muitos outros corações. Ainda deposito fé no futuro do meu país. Mas, para isso, precisamos sair de cima do muro e quebrar esse silêncio sufocante. Espero, com minhas palavras, contribuir nesse sentido.
Vamos gritar, deixar de lado a indiferença e as diferenças, dar as mãos e juntos resgatar o Brasil desse cenário distópico!    

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