quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Tempo de Acolher

 


 





            Estamos chegando ao fim do Setembro Amarelo. Como será em outubro? As pessoas continuarão a falar sobre a questão do suicídio? Algo vai mudar? Neste mês duas pessoas famosas partiram e uma das possíveis causas pode ser justamente o suicídio.

Prefiro nem citar os nomes, pois minha reflexão nada tem a ver com a vida íntima de celebridades. Com certeza quem acompanha os noticiários sabe a quem me refiro. O importante aqui é o que esses eventos revelam. Fama, sucesso, dinheiro, beleza física, influência, poder, nada disso torna alguém feliz.

Parece óbvio o que digo. Mas é mais complexo do que parece. Qual a diferença entre a alegria fugaz e a felicidade? Quem nunca passou pela experiência de estar triste, perdida, confusa, enfim, com as emoções em rota de colisão? E tentou compensar comprando compulsivamente, comendo demais, bebendo em excesso ou trilhando outros caminhos aparentemente prazerosos?

No primeiro instante, há uma sensação de preenchimento, de alcançar a alegria desejada. Pouco depois, o vazio existencial retorna com força total. Porque é impossível encontrar nessas veredas a verdadeira felicidade, a plenitude, a “água viva” que Jesus promete à samaritana.

Então, onde buscar essa felicidade? Será necessário percorrer uma longa jornada por um deserto sem fim? Acredito que não. Embora desde o surgimento da Humanidade o Homem percorra essa jornada, muitas vezes sem nem saber o que busca.

O problema é a insistência em mergulhar nas fantasias, ilusões, e aí permanecer. Muitas vezes as pessoas agem como vampiros, sugando até a última gota da vida sem se importar com os outros, nem com os próprios descendentes. Daí o caos climático que se espalha pelo Planeta. E todos permanecem infelizes.

O resultado é uma epidemia de transtornos emocionais. Jamais foram tão intensos, nem tão diversificados. Mas seja qual for o diagnóstico, o principal caminho da cura seria a aceitação, o acolhimento, a compreensão, a inclusão, o amor. Porém, geralmente o que se encontra é preconceito, incompreensão, exclusão, rótulos que ferem e agravam o quadro.

 Esses distúrbios não escolhem idade, gênero, classe social, raça, religião. Algumas delas não suportam a dor, fecham-se cada vez mais e, no auge do sofrimento, optam pelo suicídio. Outras caminham de forma inconsciente para o mesmo fim, sem se darem conta do que fazem.

Há outro tipo de suicídio, do qual ninguém fala. O coletivo. Essa jornada desenfreada pela busca do prazer, do desfrute dos bens materiais, custe o que custar. A natureza cobra um preço alto por esse apego extremo à matéria. Claro. A Humanidade vem despertando, mas há uma elite predadora que não se rende.

A questão é: ainda há tempo para salvar o Planeta? Eu acredito que somos seres imortais, eternos. Podemos sobreviver em outro mundo, seja físico ou espiritual. Mas nada justifica a destruição da Terra. Nem do corpo, veículo sagrado que conduz o espírito rumo à inescapável evolução.

Todavia, todo suicídio é um pedido de socorro. E um alerta. O Homem precisa se libertar, aprender a procurar a felicidade em si mesmo, nas pequenas coisas. A vida oferece infinitas possibilidades. É sempre tempo de mudar, florescer, buscar o que se ama, cultivar laços afetivos, sem a pressão da produtividade, do alto desempenho.

O autoconhecimento, a conexão interior e com o Sagrado, a autoestima elevada, o trabalho como paixão, fruto do estabelecimento e do cumprimento de metas saudáveis, vão trazer naturalmente o sucesso e a prosperidade.

Seja você mesmo, celebre as diferenças, aceite o outro como ele é, estenda a mão e o coração para quem precisa de ajuda. Assim, sempre será tempo de acolhimento.

 

 

 

 

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