sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O que é, afinal, a paz?

 

O Natal se aproxima. Guerras pipocam pelo Planeta. Quando Jesus nasceu, Roma dominava boa parte do mundo. Porém, os romanos não foram seu maior obstáculo, e sim os corações humanos, sempre instáveis, mergulhados ora na luz, ora na sombra. Em um instante acreditam, no outro desacreditam, encolhem-se num casulo, fogem de si mesmos.



Os próprios discípulos de Cristo apresentavam sérias instabilidades emocionais. Segundo o psiquiatra Augusto Cury, Pedro sofria de um mal ancestral, a ansiedade, e lutava contra a própria intolerância. João, o aprendiz mais amoroso, revelava traços de bipolaridade. Tomé, como quase todos sabem, padecia de constante ceticismo.
Eles conviveram com o Messias, testemunharam curas então consideradas milagrosas, conversões inacreditáveis, fenômenos inimagináveis protagonizados por Jesus. Mesmo assim, precisaram trilhar árduas travessias pessoais, intransferíveis, em busca do autoconhecimento, do amadurecimento emocional e espiritual, da paz interior.
Diante de um conflito como o de Israel e Palestina, ambientado justamente na Terra Santa, nunca se falou tanto em paz mundial como agora. Ver inocentes morrendo em bombardeios transmitidos ao vivo pela TV beira o insuportável.
Mas ouso questionar: o que é, afinal, essa paz? De que forma traduzir um conceito tão vago e abstrato? É possível impô-la por meio de leis e resoluções, como as da Organização das Nações Unidas (ONU)?
Aqui apenas ensaio uma resposta. Onde começa a paz, senão dentro de cada um de nós, fruto de um processo, uma busca constante por nós mesmos, por nossos propósitos, pelo sentido da nossa existência. É um exercício difícil e incessante, todavia essencial.
Por isso Guimarães Rosa dizia que “viver é perigoso” e seus personagens percorriam uma jornada existencial à procura de respostas. Sim, no plural, pois como diz a canção-tema do filme Barbie, Closer to fine, interpretada por Brandi Carlile, “Existe mais de uma resposta para estas questões”.
Nessa busca, à medida que cultivamos a paz interior, ela vai ganhando contornos mais concretos e se estende ao círculo familiar, à convivência profissional, à interação social e a outras esferas da vida.
Ao longo desse caminho sinuoso, torna-se mais fácil admitir, como disse uma amiga, que não somos todos iguais e que a diferença é bem-vinda. Desse processo nascem a amizade, a tolerância, em todos os níveis, até alcançar as nações. Aí, sim, a tão sonhada, porém incompreendida paz mundial ganha consistência e uma maior probabilidade de se tornar real, pois a minha felicidade se torna a sua felicidade, a minha paz se torna a sua paz.
Todavia, essa conquista demanda luta frequente contra as más paixões, vigilância, ânimo forte para não desistir diante das inúmeras quedas, disciplina, esforço. Qualquer hábito e aprendizado requer dedicação e repetição, quantas vezes for preciso.
 Gilberto Gil diz: “A paz fez um mar da revolução invadir meu destino”. Nas palavras de Jesus: “Eu não vim trazer paz, mas espada”, referindo-se à luta pelo aperfeiçoamento de cada um, rumo à evolução espiritual.
 
 
 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Cidade nas nuvens

 


Uma boa história tende a se tornar imortal. Ela atravessa séculos, gerações, entrelaçando caminhos, determinando destinos. É o caso da narrativa que protagoniza o livro Cidade nas nuvens, Cuconuvolândia, inspirada no clássico As aves, de Aristófanes.

A princípio, tive a sensação de que o autor tentou abraçar um processo ambicioso demais; mas, aos poucos, captei uma de suas principais mensagens. Independente do tempo no qual se vive, as pessoas nutrem anseios, desejos, sonhos, esperanças, medos muito semelhantes.

Anthony Doerr retrata três épocas diferentes. Nas páginas de sua obra é possível navegar por Constantinopla, às vésperas de sua ocupação pelos otomanos; pelo estado de Idaho, nos Estados Unidos, em pleno século 21, e por uma era futurista, no interior da Argos, uma nave espacial que ruma na direção de um planeta distante.

Como em um triângulo, as histórias se desdobram e aparentemente convergem em um único vértice: a paixão por um livro, protagonizado por Éton, um sonhador que almeja atingir um pretenso paraíso, Cuconuvolândia, uma cidade construída nas nuvens.

Ainda não concluí a leitura do livro; afinal, é mesmo um épico, uma jornada por 746 páginas. Porém já me apaixonei pela trama e por seus protagonistas; nas três eras nos deparamos com personagens que parecem nada ter em comum, todavia seus caminhos se mesclam, revelando uma incrível semelhança em suas travessias. E a cada avanço da história surpresas e reviravoltas nos extasiam.

Em Constantinopla, as crianças Anna e Omeir pertencem a mundos distintos; ela vive no interior das muralhas e ele, um otomano tão excluído quanto a garota, vê-se compulsoriamente recrutado pelas forças do sultão para transpor a fortaleza até então considerada inviolável. Em sua jornada, Anna leva consigo um exemplar de Cuconuvolândia, já corrompido pelo tempo.

Cinco séculos depois, as trajetórias de Zeno e Seymour também se cruzam; ambos viveram uma infância conturbada, foram discriminados e viram seus sonhos se despedaçarem. Em sua velhice, Zeno vê sua vida virar de cabeça para baixo ao ter a oportunidade de decifrar a mesma narrativa, então quase indecifrável.

No universo futurista, Konstance aparentemente é a única sobrevivente na Argos; ali ela interage com Sybil, uma inteligência artificial, mergulha nas lembranças de um tempo no qual a nave fervilhava de viajantes espaciais imersos na esperança de alcançar um novo mundo, similar a Terra. E passa seu tempo tentando montar os fragmentos das aventuras de Éton.

Proscritos da sociedade ou da realidade, Anna, Omeir, Zeno, Seymour e Konstance se refugiam em um universo alternativo, o mesmo que atraiu Éton, simplório pastor que recorre à magia para se transformar num pássaro e, assim, poder voar rumo à cidade nas nuvens.

A história é mesmo arrebatadora. O mais incrível é que o tempo parece ser circular; quando nos concentramos em uma das eras retratadas, temos a impressão de viver o momento presente. Para reforçar essa ideia, a trama não se inicia no século XV, e sim no interior da Argos. Além disso, o autor salta de um período para o outro, sem seguir qualquer linearidade.  

Ah e não se preocupem com o número de páginas. Atravessamos o livro como uma nave no espaço. Quando nos damos conta, já percorremos mais da metade do caminho.

Anthony Doerr é vencedor do prêmio Pulitzer com Toda luz que não podemos ver, adaptado para exibição no Netflix, com estreia prevista para 2 de novembro de 2023.

 

Cidade nas nuvens

Anthony Doerr

Editora Intrínseca

752 páginas


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O Senhor Estresse

 




O estresse é hoje uma das questões mais debatidas e experimentadas na própria pele. Para transcender os clichês e compreendê-lo melhor é bom mergulhar nas origens dos estudos sobre o tema. As pesquisas se iniciaram no século XIX, conduzidas pelo médico Claude Bernard; ele estabeleceu os alicerces para as investigações posteriores.

Aí veio um fisiologista chamado Walter Cannon. No desejo de descobrir como nossas emoções impactam o funcionamento do organismo humano, ele foi o primeiro a desvendar os mecanismos da célebre reação de “luta ou fuga” diante dos perigos.  

Aliás, para quem deseja entender melhor como nossas emoções influenciam nosso corpo e também a nossa vida, recomendo a animação Divertidamente, que com certeza muitos já assistiram.

A animação narra a história de Rilley, uma garota de 11 anos que passa por várias mudanças na sua vida. Ela é obrigada a deixar sua cidade natal, em Minnesota, nos EUA, para morar em São Francisco. A história transcorre no interior da mente da protagonista, onde cinco personagens, as emoções Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo têm uma importante missão a cumprir.

Elas precisam processar os dados que chegam ao cérebro e arquivar as memórias. Nesta trama genial percebe-se que o medo e o próprio estresse também nos ajudam a sobreviver. Só não podemos paralisar diante de eventos que provocam o pânico e a ansiedade, como pandemias, por exemplo, ou guerras, como a que presenciamos, agora, entre Israel e a Palestina.

Pois bem, foi outro pesquisador, o endocrinologista Hans Seyle, que tornou a palavra ‘stress’ popular e definiu suas várias fases. Para ele, o stress não era nem bom, nem ruim, mas sim uma resposta aos desafios da vida. Mas, então, como o estresse torna--se nocivo, provocando doenças?

Para responder esta questão, vamos às etapas do estresse. A primeira fase é o alerta. Vemos nas imagens dos conflitos entre judeus e palestinos o constante soar de sirenes, mísseis cruzando os céus. Se o organismo de quem assiste as cenas ao vivo produz um alto grau de adrenalina, tentem imaginar o que ocorre na mente e no corpo de quem passa por essas experiências.

Quando o corpo transcende a fase de alerta e vence a ameaça, pode-se dizer que  houve um estresse benéfico, sem sequelas. Porém, se o agente externo que está provocando o estresse é difícil de vencer, como em um conflito bélico, o corpo continua a responder de forma crônica. Nesses casos, as mudanças corporais e de comportamento levam a um estado de exaustão. É quando o  Sistema Nervoso desregula.

Um ótimo documentário sobre esse tema é Corpo Humano: Nosso Mundo Interior, em exibição no Netflix. Nele o autor afirma que o Sistema Nervoso, foco do primeiro episódio, “percebe o mundo e te diz como reagir a ele.”  

Para regular esse caos, entra em cena o Sistema Parassimpático. Ele tem um papel ativo e fundamental na regulação do descanso e do bem-estar; por essa razão, ajuda a frear e regular o Sistema Nervoso Simpático. É possível acessá-lo através de práticas de relaxamento, como as terapias mente-corpo, a Yoga Restaurativa e a meditação.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Diálogos impossíveis

 



- Não sei se já nos encontramos antes, mas me aconchegar em seu ventre me despertou profunda conexão.

“Essa criança vai destruir minha vida. Agora que minha carreira está decolando... Se levar adiante a gestação, jamais terei uma oportunidade como essa.”

- Olha só, prometo te ajudar, te apoiar. Confia. Deus tem seu próprio tempo. Na hora certa Ele vai te recompensar.

“Já decidi. Estudei muito; amo demais minha profissão para abrir mão dessa chance de trabalhar no exterior. Vou procurar o médico que minha amiga me indicou.”

- Pelo menos me deixe viver. Quando eu nascer, se não mudar de ideia, você pode me doar para alguém.

“Eu até poderia aguardar o nascimento da criança. Mas se meu chefe souber da minha gravidez, vai dar a promoção para outra pessoa. Afinal, ele precisa de mim agora, não daqui a sete meses.”

- Por favor, eu me encolho aqui. Ninguém nem vai perceber que sua barriga cresceu. Faço qualquer coisa por uma oportunidade de viver.

“Afinal, é só um feto mesmo. É melhor eu me apressar. Ainda não há vida em meu útero.”

- (Profunda tristeza e angústia).

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- Ah, que delícia navegar nesse oceano quentinho. Já te amo, mãezinha.

“Ai, meu corpo está se deformando. Já engordei, os seios crescendo. Daqui a pouco meu namorado vai procurar outra mulher.”

- Olhe bem no espelho. Mais bela que nunca. Seus olhos brilham, a pele ganhou uma luz especial. Papai deve estar muito feliz.

“Não, não, não nasci para ser mãe. Quem vai cuidar do bebê enquanto vou dançar, me divertir? Meus pais foram bem claros. A responsabilidade é só minha e do pai da criança.”

- Pode continuar dançando enquanto estou por aqui. Gosto muito de música também. E depois do meu nascimento, é só uma questão de dias. Vou conquistar meus avós; eles vão cuidar de mim.

“Só de pensar no parto fico maluca. Duvido que ele vai segurar minhas mãos, como prometeu. Hoje nem me ligou. Depois, roupa de grávida não faz meu estilo. Quero continuar a curtir a vida.”

- E eu só quero viver. Olha, é por pouco tempo. Certeza que meus avós vão ficar comigo. Você não precisa me criar. Pode continuar se divertindo.

 “É isso. Meu amor acabou de me mandar uma mensagem. Por sorte, pensa como eu. Somos muito novos. Vou procurar a médica que ele encontrou. Logo estaremos livres.

Sem culpa. É só um feto. Nem tem alma ainda, então é um ser sem vida.”

- (Revolta e desespero).

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- Graças a Deus um ventre decidiu me abrigar. Obrigada, mãe.

“Como vou criar mais um filho? Já fiz e refiz todas as contas. Meu Deus, uma sexta criança? Vai passar fome, sede, nem terá o que vestir. Desse jeito vou morar na rua.”

- A gente dá um jeito, mãezinha. Pense bem, não serei só mais uma boca, mas também um braço para trabalhar. Só me deixe viver.

“Que desespero. Nem um aborto posso pagar. O que fazer? Minhas crianças estão desnutridas. Por que Deus me manda mais uma?”

- Porque Ele confia na sua força, na sua capacidade de superação. Estou disposto a qualquer coisa para ter o dom da vida. Aliás, fetos são seres vivos, viu? Por favor, tem que me ouvir.

“Talvez minha comadre possa me fazer umas ervas. E de agora em diante meu marido vai ter que usar a tal camisinha, ao invés de ficar no bar bebendo.”

- Mãezinha, ouça. Me deixe nascer. Aí pode me dar para alguém criar. Vou entender.

“Poderia deixar esse bebê nascer. Mas para isso vou ter que me alimentar melhor. Senão ele vai morrer dentro do meu ventre. E talvez me leve junto. Aí quem vai cuidar dos outros?”

- Acredite em Deus, mãe. Ele vai me deixar nascer, eu sei. E a senhora ainda vai viver muito tempo.

“Posso não. Me sinto sem forças. Se pelo menos meu homem me ajudasse... Pronto. Vou procurar a comadre.”

- (Desânimo. Raiva.)

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Tantos outros cenários. Mesmos impasses. Diálogos improváveis. Desconexão.

Pais que ignoram o essencial. Fetos têm vida. Fetos importam.

O que significa tirar uma vida? Quais as implicações físicas, psíquicas, espirituais?

Sem julgamentos, sem críticas, sem condenação. Afinal, não sou Deus. Apenas levanto questões. Deixo aqui fragmentos e reflexões.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Tempo de Acolher

 


 





            Estamos chegando ao fim do Setembro Amarelo. Como será em outubro? As pessoas continuarão a falar sobre a questão do suicídio? Algo vai mudar? Neste mês duas pessoas famosas partiram e uma das possíveis causas pode ser justamente o suicídio.

Prefiro nem citar os nomes, pois minha reflexão nada tem a ver com a vida íntima de celebridades. Com certeza quem acompanha os noticiários sabe a quem me refiro. O importante aqui é o que esses eventos revelam. Fama, sucesso, dinheiro, beleza física, influência, poder, nada disso torna alguém feliz.

Parece óbvio o que digo. Mas é mais complexo do que parece. Qual a diferença entre a alegria fugaz e a felicidade? Quem nunca passou pela experiência de estar triste, perdida, confusa, enfim, com as emoções em rota de colisão? E tentou compensar comprando compulsivamente, comendo demais, bebendo em excesso ou trilhando outros caminhos aparentemente prazerosos?

No primeiro instante, há uma sensação de preenchimento, de alcançar a alegria desejada. Pouco depois, o vazio existencial retorna com força total. Porque é impossível encontrar nessas veredas a verdadeira felicidade, a plenitude, a “água viva” que Jesus promete à samaritana.

Então, onde buscar essa felicidade? Será necessário percorrer uma longa jornada por um deserto sem fim? Acredito que não. Embora desde o surgimento da Humanidade o Homem percorra essa jornada, muitas vezes sem nem saber o que busca.

O problema é a insistência em mergulhar nas fantasias, ilusões, e aí permanecer. Muitas vezes as pessoas agem como vampiros, sugando até a última gota da vida sem se importar com os outros, nem com os próprios descendentes. Daí o caos climático que se espalha pelo Planeta. E todos permanecem infelizes.

O resultado é uma epidemia de transtornos emocionais. Jamais foram tão intensos, nem tão diversificados. Mas seja qual for o diagnóstico, o principal caminho da cura seria a aceitação, o acolhimento, a compreensão, a inclusão, o amor. Porém, geralmente o que se encontra é preconceito, incompreensão, exclusão, rótulos que ferem e agravam o quadro.

 Esses distúrbios não escolhem idade, gênero, classe social, raça, religião. Algumas delas não suportam a dor, fecham-se cada vez mais e, no auge do sofrimento, optam pelo suicídio. Outras caminham de forma inconsciente para o mesmo fim, sem se darem conta do que fazem.

Há outro tipo de suicídio, do qual ninguém fala. O coletivo. Essa jornada desenfreada pela busca do prazer, do desfrute dos bens materiais, custe o que custar. A natureza cobra um preço alto por esse apego extremo à matéria. Claro. A Humanidade vem despertando, mas há uma elite predadora que não se rende.

A questão é: ainda há tempo para salvar o Planeta? Eu acredito que somos seres imortais, eternos. Podemos sobreviver em outro mundo, seja físico ou espiritual. Mas nada justifica a destruição da Terra. Nem do corpo, veículo sagrado que conduz o espírito rumo à inescapável evolução.

Todavia, todo suicídio é um pedido de socorro. E um alerta. O Homem precisa se libertar, aprender a procurar a felicidade em si mesmo, nas pequenas coisas. A vida oferece infinitas possibilidades. É sempre tempo de mudar, florescer, buscar o que se ama, cultivar laços afetivos, sem a pressão da produtividade, do alto desempenho.

O autoconhecimento, a conexão interior e com o Sagrado, a autoestima elevada, o trabalho como paixão, fruto do estabelecimento e do cumprimento de metas saudáveis, vão trazer naturalmente o sucesso e a prosperidade.

Seja você mesmo, celebre as diferenças, aceite o outro como ele é, estenda a mão e o coração para quem precisa de ajuda. Assim, sempre será tempo de acolhimento.

 

 

 

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Minha experiência com os animais de poder

 

 

Essa semana tive uma experiência fantástica. Sempre à procura de mim mesma, recorri a uma terapeuta, Danieli Scorzato. Ela integra a antiga linhagem das benzedeiras ou raizeiras. Já tinha experimentado o benzimento dela em várias ocasiões; pedia não só para mim, mas também para familiares e amigos. 

Desta vez, porém, decidi ir mais fundo. Aceitei o desafio da Danieli e mergulhei em uma jornada ancestral, a dos animais de poder. Desde tempos ancestrais, acredita-se que cada ser humano traz consigo o espírito de um animal, o qual nos acompanha e protege ao longo da nossa travessia. Eles também são conhecidos como totens ou espíritos protetores. Na psicologia, correspondem aos arquétipos.

Segundo Danieli, podemos trilhar os dez animais ou o animal auxiliar. Optei por realizar, no momento, uma travessia parcial, até para conhecer melhor esse universo mágico. Assim, a terapeuta xamânica me ofereceu generosamente meu animal guardião ou auxiliar.  

Entre inúmeros códigos alfanuméricos, guiada pela minha intuição, escolhi um deles, sem saber qual animal me aguardava. Passei para Danieli minha opção e ela me conduziu até meu totem. Além disso, desvendou o simbolismo desse espírito protetor em minha travessia.




  Posso dizer que foi uma experiência arrepiante, como se ela estivesse lendo minha alma. Fiquei impactada. Recomendo a todos essa jornada existencial. Danieli é uma pessoa doce, generosa, a própria voz dela nos acalma, como se ela nos aconchegasse em seu colo, nos embalasse.

Ela é uma autêntica guardiã da medicina popular, do xamanismo, trazendo nas veias o sangue dos ciganos, dos caiçaras e dos italianos. Seu maior objetivo é contribuir para o despertar das consciências e ajudar a nos reconectar com Gaia, um vínculo que, ao longo do tempo, perdemos.

Discípula de Miranda Gray, ela é também uma das “mães da lua”, praticante da Benção do Útero. É facilitadora do Círculo Sagrado das Mulheres e do Círculo dos Deuses e das Deusas. Danieli se define como uma empoderadora de almas que já iniciaram o lento despertar de um sono milenar e se permitem dar um salto quântico nos seus níveis de consciência, caminhando ao encontro da Centelha Divina.

Ao vivenciar esse encontro com meu Animal Protetor, me senti mais conectada comigo mesma e com o Universo. De repente, é como seu tudo se encaixasse. Tive, mais que nunca, a certeza de que tudo e todos estão interconectados.

Se tiver interesse, é só entrar em contato com a Danieli.

Whatsapp: 11-94794-5500.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Essa semana tive uma experiência fantástica. Sempre à procura de mim mesma, recorri a uma terapeuta, Danieli Scorzato. Ela integra a antiga linhagem das benzedeiras ou raizeiras. Já tinha experimentado o benzimento dela em várias ocasiões; pedia não só para mim, mas também para familiares e amigos. 

Desta vez, porém, decidi ir mais fundo. Aceitei o desafio da Danieli e mergulhei em uma jornada ancestral, a dos animais de poder. Desde tempos ancestrais, acredita-se que cada ser humano traz consigo o espírito de um animal, o qual nos acompanha e protege ao longo da nossa travessia. Eles também são conhecidos como totens ou espíritos protetores. Na psicologia, correspondem aos arquétipos.

Segundo Danieli, podemos trilhar os dez animais ou o animal auxiliar. Optei por realizar, no momento, uma travessia parcial, até para conhecer melhor esse universo mágico. Assim, a terapeuta xamânica me ofereceu generosamente meu animal guardião ou auxiliar.  

Entre inúmeros códigos alfanuméricos, guiada pela minha intuição, escolhi um deles, sem saber qual animal me aguardava. Passei para Danieli minha opção e ela me conduziu até meu totem. Além disso, desvendou o simbolismo desse espírito protetor em minha travessia.

Posso dizer que foi uma experiência arrepiante, como se ela estivesse lendo minha alma. Fiquei impactada. Recomendo a todos essa jornada existencial. Danieli é uma pessoa doce, generosa, a própria voz dela nos acalma, como se ela nos aconchegasse em seu colo, nos embalasse.

Ela é uma autêntica guardiã da medicina popular, do xamanismo, trazendo nas veias o sangue dos ciganos, dos caiçaras e dos italianos. Seu maior objetivo é contribuir para o despertar das consciências e ajudar a nos reconectar com Gaia, um vínculo que, ao longo do tempo, perdemos.

Discípula de Miranda Gray, ela é também uma das “mães da lua”, praticante da Benção do Útero. É facilitadora do Círculo Sagrado das Mulheres e do Círculo dos Deuses e das Deusas. Danieli se define como uma empoderadora de almas que já iniciaram o lento despertar de um sono milenar e se permitem dar um salto quântico nos seus níveis de consciência, caminhando ao encontro da Centelha Divina.

Ao vivenciar esse encontro com meu Animal Protetor, me senti mais conectada comigo mesma e com o Universo. De repente, é como seu tudo se encaixasse. Tive, mais que nunca, a certeza de que tudo e todos estão interconectados.

Se tiver interesse, é só entrar em contato com a Danieli.

Whatsapp: 11-94794-5500.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Posso dizer que foi uma experiência arrepiante, como se ela estivesse lendo minha alma. Fiquei impactada. Recomendo a todos essa jornada existencial. Danieli é uma pessoa doce, generosa, a própria voz dela nos acalma, como se ela nos aconchegasse em seu colo, nos embalasse.

Ela é uma autêntica guardiã da medicina popular, do xamanismo, trazendo nas veias o sangue dos ciganos, dos caiçaras e dos italianos. Seu maior objetivo é contribuir para o despertar das consciências e ajudar a nos reconectar com Gaia, um vínculo que, ao longo do tempo, perdemos.

Discípula de Miranda Gray, ela é também uma das “mães da lua”, praticante da Benção do Útero. É facilitadora do Círculo Sagrado das Mulheres e do Círculo dos Deuses e das Deusas. Danieli se define como uma empoderadora de almas que já iniciaram o lento despertar de um sono milenar e se permitem dar um salto quântico nos seus níveis de consciência, caminhando ao encontro da Centelha Divina.

Ao vivenciar esse encontro com meu Animal Protetor, me senti mais conectada comigo mesma e com o Universo. De repente, é como seu tudo se encaixasse. Tive, mais que nunca, a certeza de que tudo e todos estão interconectados.

Se tiver interesse, é só entrar em contato com a Danieli.

Whatsapp: 11-94794-5500.

 

 


 

 

 

 

 


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Consciência Cósmica

Há poucas semanas tive um sonho impressionante. Até hoje me recordo dos detalhes. No auge da noite, eu e um grupo de pessoas desconhecidas contemplávamos o céu, repleto de estrelas.

De repente, o céu se aproximou cada vez mais de nós e foi possível ver os astros com uma nitidez admirável. Então, percebi que os corpos celestes giravam em torno um do outro, numa escala crescente e infinita. Sóis em volta de outros sóis, galáxias em torno de galáxias e daí por diante. O Universo se expandia e tornava-se impossível acompanhar sua extensão.


    Porém, uma certeza prevalecia em meu sonho. Tudo e todos estavam conectados. O Cosmos revelava que nossa vida também se unia a esse concerto celestial, gerando uma sinfonia ainda repleta de mistérios, apesar dos avanços da Ciência.


    Sim, a própria Ciência, sempre tão cética e materialista, avança na comprovação da existência de múltiplas dimensões, de dobras no tempo e no espaço, de multiversos. E na compreensão da energia gravitacional, da ação dos buracos negros, entre tantos outros segredos que o Cosmos ainda guarda.


    A Humanidade ainda engatinha na jornada de desbravamento da esfera cósmica. Por outro lado, muitos cientistas também seguem validando as experiências de quase morte. No artigo “Near death experiences: a multidisciplinary hypothesis”, os autores incluem nesses eventos subjetivos uma vasta gama de vivências ligadas à “morte iminente”. As mais comuns são: “experiência fora do corpo (separação da consciência do corpo físico), passagem através de um túnel com luzes brilhantes, (...) ver parentes falecidos, reunir-se com espíritos guardiões ou seres místicos. ”




    





Episódios como esses ocorrem em cada canto do Planeta, seja qual for a cultura ou a faixa etária dos envolvidos. No caso desse artigo científico, os pesquisadores esboçam uma interpretação neurobiológica. Mas são vários os campos do conhecimento que exploram esses frequentes acontecimentos.


    Portanto, não se trata mais de crenças religiosas ou de especulações místicas, embora essas questões estejam estreitamente ligadas a nossa espiritualidade. Ciência e Religião andaram por caminhos divergentes durante séculos, mas no mundo contemporâneo essas duas esferas voltam a se aproximar e estabelecem diálogos frutíferos.


    Mesmo assim, há um longo caminho a percorrer, como indica meu sonho. É uma travessia gradual, porém constante. Estamos mergulhados em um mar de energias e muitas delas permanecem desconhecidas da Ciência terrestre, embora presentes em doutrinas espiritualistas ancestrais, hoje remodeladas.


    No meu livro, Elo Imortal, Vítor e Sirena se deparam com esse universo desconhecido e desafiador. Eles sentem a presença dessas energias, mas não conseguem explicá-las. Na obra que estou produzindo, os protagonistas também se confrontam com realidades interdimensionais e questões espirituais que, a princípio, não compreendem. Uma série de dúvidas e questionamentos invadem suas mentes, assim como as nossas, incentivando-nos a seguir na busca de maiores e mais amplos conhecimentos.


    Com certeza um passo gigantesco aguarda a Humanidade, bem superior ao que o Homem empreendeu ao pisar na Lua. Afinal, uma dimensão cósmica nos espera. “Ao infinito e além”, como prenuncia o boneco astronauta de Toy Story.


Fontes:

Sevilha, Diana. Experiência de quase morte: explicação neurobiológica – resenha do artigo “Near death experiences: a multidisciplinary hypothesis”, in https://www.youtube.com/watch?v=_zyuqf6MUVA


István Bókkon,, Birendra N. Mallick, and Jack A. Tuszynski. Frontiers in Human Neuroscience, 2013; 7:533, in  https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3769617/#!po=2.38095

 

 

 

 


sexta-feira, 13 de março de 2020

Mar de Histórias



Em algum momento já refletiram sobre o poder das palavras, das histórias? A dose de magia presente nelas? O potencial construtivo, o dom da cura, de contribuir para profundas mudanças?



Também já meditaram sobre o poder destrutivo que muitas vezes elas detêm, as ameaças de que são portadoras, as mensagens de desesperança que, em algumas ocasiões, elas são capazes de transmitir?


       Mergulhem em um mar de histórias e tentem decifrar o que há por trás das alegorias, os preceitos ocultos nas entrelinhas, numa época em que a escrita era desconhecida, feitiço poderoso capaz de abalar os guerreiros mais destemidos.


       Esse é basicamente o enredo entretecido por Traci Chee em sua estreia no universo literário, Mar de Tinta e Ouro: A Leitora.

A trama se passa em Kelanna, um universo fictício muito bem estruturado, dividido em vários reinos. As histórias, então, eram transmitidas oralmente, de geração em geração.



      Neste contexto, o livro é um artefato mágico, enigmático. Sefia, a protagonista, tem um dom inato, o qual ainda não consegue compreender e controlar. Diante de seus olhos, em alguns momentos, desdobram-se fios de luzes que na mente dela transmutam-se em histórias. A princípio, só ela é capaz de decifrar essas mensagens.


     Um estranho grupo, porém, persegue a jovem. Em uma fuga alucinada para manter seguro o Livro, única lembrança que resta de sua família, Sefia alimenta uma ideia fixa: vingar-se dos assassinos de seu pai.


    Assim, movida por um impulso irresistível, Sefia submerge nas misteriosas páginas do Livro, em histórias no interior de outras histórias, contando apenas com a parceria de Arqueiro, enigmático garoto que carrega na pele e na alma marcas indeléveis, e de um estranho pirata que parece pertencer à aurora dos tempos.


   Traci Chee nos convida a acompanhar Sefia e Arqueiro nesta jornada poética, mítica e inesquecível. Também somos seduzidos, envolvidos, embriagados pelo poder das palavras e das narrativas, as quais podem curar ou destruir.


  As ondas desse Mar de Tinta e Ouro nos arrebatam; tentamos, em vão, emergir dessas águas abissais, mas correntes nos arrastam até um desfecho surpreendente. É, com certeza, uma leitura cativante. Um livro para ler e reler.


Chee, Traci. 
Mar de Tinta e Ouro: A Leitora – Livro 1
Editora Plataforma 21, São Paulo, 2017
457 pp.