terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Agora é Pra Valer!" (Márcia Luz)


Pessoal, esse é um livro realmente especial. Embora seja hoje um sucesso na lista dos mais vendidos na categoria de negócios, ele tem o poder mágico de transformar cada um de nós. Basta ler, exercitar e querer.
Poucos livros me surpreenderam e me emocionaram tanto. Não concordo que as lições aqui contidas se dirijam tão somente aos executivos, à esfera empresarial. Acredito que todos se identificam com os princípios expostos nesta obra, pois de uma forma ou de outra, em nossas vidas, assumimos várias vezes o papel de líder.

Aliás, mesmo quando não temos a oportunidade de vivenciar a liderança, alguns conceitos ainda assim se aplicam a nossa existência. É fundamental refletir sobre os princípios que a coach, Beatriz Sampaio, transmite ao protagonista, o gerente Lúcio Queiroz.

Logo na Introdução a autora esclarece que se inspirou em vários gerentes que passaram por seu consultório na criação de seu personagem. Assim, fica claro que seu perfil psicológico não é mera ficção, e sim fruto de uma realidade ainda persistente em nossos dias. É curioso perceber que não é uma questão de faixa etária, pois Márcia enfatiza que muitos deles são mais novos que seu explosivo empresário.

E garanto que qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência. Não inventei nada, nenhuma das atitudes extremas do personagem, por incrível que possa parecer, foram fruto de minha imaginação. Apenas misturei episódios protagonizados por alguns gerentes que conheci em meus 20 anos de trajetória como formadora de gestores.

Lúcio é diretor comercial do Grupo Brandão. Ele é casado há mais de vinte e quatro anos com Vera, mas seu empenho obsessivo na esfera profissional provocou o fim de seu matrimônio. Não suportando mais a desatenção e a indiferença, a esposa pede a separação e se afasta definitivamente do marido, embora seu coração ainda insista em ser fiel a ele.

O executivo segue em sua jornada autodestrutiva. Educado em um contexto repressor, guiado pela diretriz de que ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’, ele alimenta uma mentalidade conservadora e um gênio terrível. Discípulo dos preceitos exercitados por antigos gestores, ele acredita realmente que está agindo corretamente ao intimidar, desrespeitar, julgar, acusar e demitir seus funcionários, sem ao menos ouvi-los ou dar-lhes uma segunda oportunidade.

Ele passa como um trator sobre todos, sem sequer se importar com as conseqüências. Tudo que deseja é superar metas a cada ano e preparar a seara para que seu filho, Alexandre, assuma posteriormente a presidência da empresa. Lúcio não percebe, porém, a dimensão do abismo que se estabelece entre ele e seu herdeiro.

Alexandre, seu pai tem dez anos a mais do que eu. Isso não é desculpa para ser tão retrógrado, eu sei. Ele aprendeu a gerenciar por tentativa e erro. Foi criado num mundo onde o militarismo imperava. O “manda quem pode obedece quem tem juízo” era considerado o lema da época. Lúcio sempre teve dificuldade para se relacionar com gente, então se escondia atrás de uma carga monstruosa de trabalho. (...) Olha, todos temos na cabeça o pai ideal e o pai real. Amadurecer é perceber que o pai ideal não existe.

Alexandre representa novos valores, mudanças de paradigmas irrefutáveis, um modelo de gestão mais humano, que dá ênfase ao diálogo, ao respeito, à compreensão do outro. Aos poucos esse choque de ideais e de visão de mundo gera uma distância inevitável entre pai e filho. A ruptura total se concretiza em um episódio envolvendo Suzana, uma das vendedoras do Call Center.

Lúcio se irrita com ela quando a jovem transmite uma informação incorretamente; sem nem mesmo se importar com sua gravidez avançada, ele a agride verbalmente e chega ao auge da cólera quando a gerente da equipe intervém; irado, bate a porta com tanta intensidade que ela se despedaça em milhares de fragmentos. Suzana imediatamente procura Alexandre, receptivo e atento com os subordinados.

Alexandre fica chocado com a atitude paterna; os dois travam uma discussão acalorada e o jovem pede demissão. Além disso, avisa ao pai que irá trabalhar com seu maior adversário, Jairo Martins, outro representante da gestão moderna. Tudo se agrava quando o jovem deixa o apartamento que divide com Lúcio.

O coração do protagonista não resiste e ele quase morre. A partir deste momento ele passa a refletir sobre sua vida, especialmente porque não recebe uma única visita no hospital. É neste contexto que conhece Beatriz Sampaio, voluntária no Cardio Help. A princípio ele não aceita ajuda, mas logo desmorona diante da doçura e da competência da coach.

O fundo do poço não era o lugar onde eu queria estar nesta tarde de sábado. Mas como poderia me sentir de outra forma deitado num leito de hospital depois de quase morrer? O que me vem à cabeça não são flashbacks ou simples recordações do passado; a minha estória pregressa me afeta hoje, me afeta nesse momento, embora lá vão pelo menos dez anos desde que meu mundo começou a desabar.

Gradualmente Lúcio percebe que não pode mais continuar agindo da mesma forma. Disposto a mudar, ele se alia a Beatriz e com sua assessoria vai tecendo sua mudança interior e uma nova concepção de gestão. O primeiro passo é conhecer a si mesmo; o segundo é perceber como é visto pelos demais; o terceiro é se aceitar totalmente; o quarto é despertar no íntimo o seu melhor. Aqui permito ao leitor que caminhe até a conclusão da narrativa e descubra por si mesmo a quinta lição, a mais significativa, essencial para todos.

Uma etapa de cada vez, Lúcio vai superando obstáculos e dificuldades e vencendo seu pior adversário, ele mesmo. Aprende a buscar a opinião dos outros sobre suas atitudes, e a dar o feedback positivo a seus subordinados. Encontra em sua essência forças para se controlar, humildade e o poder de amar e perdoar.

Quem de nós nunca sentiu a necessidade de se modificar, de consertar erros cometidos, de reconhecer suas fraquezas, de estabelecer intimidade com as pessoas a nossa volta, de perdoar e ser perdoado? Este livro permite ao leitor se tornar um ser humano melhor se estiver disposto a percorrer o mesmo caminho seguido por Lúcio Queiroz.

Márcia presenteia o leitor não somente com um livro, mas antes de tudo com um roteiro que nos permite conquistar uma segunda oportunidade. Marcas e cicatrizes permanecem, mas mesmo elas nos preparam para o necessário amadurecimento emocional e espiritual, e assim um novo eu pode emergir e alçar vôos mais ousados.

Li somente com os olhos, mas vez por outra os lábios acompanhavam:

Quando diz coisas estando em momentos de raiva, suas palavras deixam marcas como essas. É o mesmo que enfiar uma faca em alguém, e depois retirá-la. Não importa quantas vezes peça desculpas, a cicatriz continuará lá. Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física.

É. A cicatriz ficou. O desafio é não produzir outras.

A trama, bem estruturada e inteligente, diverte e ao mesmo tempo emociona o leitor. A leitura é leve, fluida e saborosa. E proporciona momentos de indispensável reflexão. A capa é criativa, lembra na verdade uma história apocalíptica, atmosfera que traduz perfeitamente a sensação de aniquilação de um velho ser e seu renascimento.
Márcia Luz é psicóloga, pós-graduada em Administração de Recursos Humanos, especialista em Gestalt-terapia e mestre em Engenharia de Produção. É também coach executiva e pessoal. Ela é sócia-presidente da Plenitude Soluções Empresariais Ltda. A autora publicou igualmente outros livros: Lições que a Vida Ensina e a Arte Encena;  Outras Lições que a Vida Ensina e a Arte Encena; e Construindo um Futuro de Sucesso.
Editora DVS, 2012
Autora: Márcia Luz
Origem: Nacional
Edição: 1
176 Páginas
Preço: R$ 18,50
Capa: Brochura
Formato: Médio

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Memes Recebidos"

Oi Pessoal

Recebi um meme muito fofo da Elisandra do blog A Magia Real e este selinho mágico.



Ela me indicou uma TAG que tem as seguintes regras:

* Criar um post e responder as questões de quem lhe enviou a TAG;
* Criar 11 perguntas diferentes para passar adiante;
* Escolher 11 blogs para dar a TAG colocando o link dos mesmos no post;
* Avisar os blogueiros escolhidos.

Perguntas que recebi da Elisandra:
1. Um local onde gosta de estar.
No quarto sobre a laje da minha casa. Muito zen, fico com minha gatinha e cercada de livros... shaushaus

2. Quantos livros leu até agora neste ano.
Nossa essa é difícil de responder; foram tantos... da próxima vez prometo que vou contar... shaushaus.

3. Quantos livros já comprou esse ano.
\o/ Pelo menos uns 50... recebo muitos livros das editoras e dos autores.

4. Um dia perfeito.
O dia em que fui na Bienal 2012, ganhei o autógrafo da Allyson Noël e tirei uma foto ao lado dela. Demais!!!!!!!!!!

5. Qual a pessoa que mais admira.
Admiro a força, a coragem, a determinação da Carolina Munhoz e de vários outros autores novos.

6. Uma decepção.
O campo de trabalho do jornalismo literário: só para raros.

7. Sua flor favorita.
A rosa azul... mas acho que essa só existe em outras dimensões shaushau.

8. Sua comida favorita.
Massas. Adoro!!!!!!!!!!!

9. Seu dia da semana preferido.
Sexta-feira, início do fim de semana.

10. Mês do ano que adora.
Dezembro... ares de Natal e é quando meu grupo de Folia de Reis entra em ação. Também amo agosto, mês do meu niver... muitos presentes... shaushau.

11. Qual seu autor predileto.
Ai são tantos... Mas vai, Guimarães Rosa, não prá parecer chic, mas porque seus livros me trazem muitas lembranças boas, Minas, contadores de estórias, uma fase bem legal da minha vida. E os irmãos Grimm, mais Hans Christian Andersen, por me apresentarem as fadas e outros seres encantados. Sem falar no Tolkien, em J. K. Rowling, Allyson Noël, e outros tantos.

Minhas 11 perguntas:
1. O livro que marcou sua vida.
2. A pessoa que mudou os rumos do seu destino.
3. Seu filme preferido.
4. O que faria pela paz mundial.
5. Um sonho que deseja realizar.
6. Uma série literária que te cativou.
7. Se fosse escrever um livro, sobre o que seria e em que gênero.
8. Um momento inesquecível.
9. Um amigo ou uma amiga especial.
10. Produz melhor à noite ou de dia.
11. Um autógrafo especial.

Blogs indicados para o selo e a TAG:
1.  Baby Lorentz
2. Bookaholic World
3. Blog do Leheitor
4. Dear Book
5. Dezesseis Não é Criança
6. Li Reli e Gostei
7. Curioso Inovador
8. Diário de um Anjo
9. Menina da Bahia
10. Viagem Literária
11. No Mundo dos Livros








 

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"O Natal das Fadas"


Há dois meses a Fadinha Pituka partia para outras esferas. Mas, como disse alguém muito especial, a "morte" é só uma diferença de vibração. Estamos mais próximas que nunca. Como logo será Natal novamente, a Pitukinha aproveita para contar uma aventura que se passou justamente nesta ocasião.
 
 
Sempre me disseram que os gatos têm sete vidas. Nunca tive razões para refletir melhor sobre essa antiga história, mas agora eu certamente acredito nisso. Algumas travessuras já me colocaram em perigo antes, mas desta vez foi por um triz, e a culpa nem foi minha. Fico me perguntando: quantas vidas já terei perdido? Quantas ainda me restam?

Bem, vocês devem estar curiosos. Então vou direto ao ponto, embora nem tanto, porque é tão legal criar um ar de suspense, deixar todos imaginando o que, afinal, quase me roubou uma de minhas vidas... Assim quem sabe conquisto alguns leitores? Legal, também não precisa enrolar tanto, não é?
 
Tudo aconteceu às vésperas do Natal, essa festa criada pelos humanos... parece que é aniversário de um cara importante, Jesus. Acho que ele também tinha sete vidas, pois pelo que sei enfrentou muitas ameaças, desde pequeno, e saiu vivo de todas, sem nem um arranhão. Mas na última não teve como fugir, foi pregado em uma Cruz – ah! Eu não suportaria isso não! Embora eu também enfrentado uma provação cruel, assim como minha mãe, que passou ainda mais perto da Senhora Morte.
Pois bem, todos estavam ocupados em comprar, montar árvores de Natal, preparar tudo. Eu acompanhava o movimento da cama macia que me abrigou neste período. O pai da Aninha, minha ‘mãe’ humana, estava viajando e ia voltar justamente no dia fatal. Como ela estava hospedada por algum tempo no quarto dele, eu também me refugiava ali. A gente fazia a festa, ouvindo som até tarde enquanto ela lia sem parar; acho que era o último livro do Harry Potter.

Pena! Tudo que é bom acaba logo. No dia em que o pai da Aninha estava voltando ela teve que desocupar o quarto. E eu também. Aí minha ‘mãe’ aproveitou para lavar a colcha colorida, com carinha de meninas que mais pareciam fadas, sobre a qual eu sempre adormecia.

Era uma manhã de segunda-feira. Já viram dia mais chato e entediante? Sem o edredom eu não podia fazer alongamento nem dormir em cama alguma. Então segui minha mãe Milly e fomos passear pelo quintal. Quem sabe a gente encontrava algum tesouro? Tinha cheiro de cachorro em cada canto.

Argh! Aroma de Ryan, meu irmão adotivo. Não me entendam mal, eu até gosto dele, mas é enorme e tem um jeito meio traiçoeiro. A qualquer momento pode me atacar. Prefiro manter a distância. Ele ficou solto o dia todo no domingo, pois estava muito calor e todos foram a uma festa; nós, os bichinhos, ficamos em casa, para variar. O danado do cachorro não parou de latir um só instante. E sobrou prá nós. Calma, vocês vão entender.

 
Princesinha Pituka



Continuamos nossa exploração pelos arredores e, de repente, minha mãe farejou algo do lado, quase embaixo do carro. Hummmm! Um pedaço suculento de carne com arroz, tudo bem temperadinho!!! Deu água na boca, ou melhor, no focinho. A gente sabia que era errado comer aquilo, pois nossa ‘mãe’ humana só permite ração em nosso cardápio, nada mais. Ah! Quem pode dizer que resistiria a essa tentação?!

Nhoc! Percebi que minha mãe já estava devorando a raridade gastronômica; eu tinha que agir logo. Fui chegando devagarzinho e tratei logo de comer o resto. Quem mandou vacilar, não é? A mamãe felina comeu a maior parte. Na hora fiquei com raiva, mas depois agradeci muito ao tal Jesus. Parece que ele está sempre pronto mesmo para salvar a gente, não é?

Poucos minutos depois comecei a sentir uma sensação estranha no estômago. Uma dor, um enjôo esquisito; e só piorava. Comecei a gemer no jardim, mas a Aninha não deu muita importância porque eu sempre faço isso para chamar a atenção. Quem manda querer enganar os outros? Depois ninguém mais acredita em você.

Consegui me acalmar um pouco. Quando a Aninha ficou livre das obrigações, me pegou no colo e logo eu estava deitada no meu sofá – oops, meu e da Milly. Pouco tempo depois percebi que minha mãe estava bem mal. Nessa hora a ‘mamãe’ humana estava sozinha; sua irmã mal tinha saído e a Milly já começou a miar de uma forma estranha; estava babando sem parar e começando a sufocar.

A Aninha levou um susto; tentou socorrer minha mãe, mas não sabia o que fazer. Ela correu para o telefone e pediu socorro aos médicos da clínica que de vez em quando eu freqüentava. Como estava sem carro, procurou desesperadamente seguir as orientações da doutora. Abriu a boca da minha mãe e seu dedo desceu pela garganta dela – quase vomitei vendo essa cena!

Entendi depois que ela estava verificando se nada estava obstruindo a tal da glote – lugarzinho perigoso, pois se alguma coisa para ali e tranca a entrada de ar, a gente morre sufocada. Minha ‘mãe’ humana queria também provocar o vômito, porque assim a Milly podia expulsar do seu corpo qualquer elemento estranho.

Nada adiantou. Então finalmente decidiu pedir ajuda ao seu primo, o Tiago. Enquanto ele vinha ao nosso encontro, a Milly correu na bacia de areia e eliminou pelo menos algumas toxinas, expelidas pelo intestino. Eca! Eu já estava apavorada, pois meu organismo já dava claros sinais de que não estava bem.
 
Milly, a Fada-Rainha


E ainda por cima tive que ficar sozinha enquanto eles levavam minha mãe ao hospital. Minha mente disparava na velocidade da luz; meus pensamentos nem faziam mais sentido. As dores irradiavam por todo meu corpo; estava em pânico, por mim e pela mamãe. Será que a gente ia morrer?

Soube mais tarde que o Tiago praticamente transformou seu veículo em um carro voador. A Milly mal entrou e já foi conduzida ao consultório da Doutora Alice. Ela imediatamente diagnosticou envenenamento por chumbinho. Como a gente podia adivinhar que tinha veneno naquele banquete dos deuses?

Agora sei que nada cai dos céus; é bom sempre desconfiar quando certo tesouro brilha diante de seus olhos. Resistam! Não cedam! Com certeza é uma armadilha. E nem era para nós! Quem preparou tudo tão direitinho tinha outra vítima no laço. Adivinhem quem?

Se pensaram no Ryan, atiraram no alvo. Os criminosos que tentaram nos matar imaginaram que ele ficaria novamente no quintal. Mas é raro ele caminhar pela casa à luz do sol. Normalmente o cachorro permanece na parte superior, que chamam de laje, e só desce à noite.

Ao contrário de mim e da mamãe; só não teríamos caído nesta cilada se fosse um dia como outro qualquer, sem maiores alterações. Naquela segunda tudo estava diferente por conta do retorno do dono da casa. E nós também saímos da rotina; há algum tempo em repouso para nos recuperarmos de uma crise séria de coluna, sem ver ou sentir o sol há vários dias, optamos por um passeio sob a luz solar.

E o resultado foi esse: comemos chumbinho disfarçado de ceia natalina. Vocês devem estar se perguntando: quem foram os cruéis vilões? Capazes de envenenar bichinhos inocentes – bem, nem tanto... -, e ainda na proximidade do Natal? Certamente eles não entenderam bem as lições do homem chamado Jesus.

Conheço um pouco do Evangelho porque participo de sua leitura com minha ‘mãe’ humana. Já esse vizinho perverso não deve ter prestado atenção alguma nos ensinamentos desse Mestre. Pronto, já entreguei o jogo; não podemos provar, mas ele simplesmente odeia o Ryan, e nunca escondeu de ninguém a sua rejeição. E só da sua casa seria possível jogar comida envenenada no quintal. O que vocês acham?
 

Fadinha Pituka
 
 
Ah! Claro. Querem saber o que aconteceu com a gente, não é? A essas alturas devem imaginar que pelo menos eu não morri, pois estou narrando nossas aventuras; a menos que eu fosse um narrador morto, tem alguns na literatura, não é? Bom, deixa prá lá! Vamos ao que interessa.

Minha mãe ficou internada e a Aninha voltou angustiada. Eu sentia dores cada vez mais fortes; meus nervos pulsavam e eu mal podia respirar. Não demorou muito e ela percebeu que eu não estava bem. Na verdade já tinha imaginado que também tinha comido o tal veneno.

Como o Tiago já tinha ido embora, ela recorreu à irmã, que tinha retornado. Fui levada à clínica, rezando para não morrer. O diagnóstico não poderia ser outro: chumbinho. Fiquei internada também, ao lado da gaiola de minha mamãe. Passamos as piores 24 horas de nossa vida. Dor, mal-estar, medo, angústia, e até minha mãe, que tem muita dificuldade para vomitar, livrou-se das substâncias tóxicas pelo focinho.

A Aninha praticamente nem dormiu aquela noite. Rezou até se cansar. E procurou confiar em Deus. Quem sabe Jesus fazia um daqueles milagres que encantavam e surpreendiam a todos naquela época? Podia ser um milagre de Natal. Que tal? Pois foi o que aconteceu.

No dia seguinte recebemos alta. Inacreditável! Estávamos vivas. A médica recomendou que a gente ficasse em total repouso. Deixou a Aninha preocupada quando disse que mal nos moveríamos por causa da dor. Achei desde o início que tudo era um exagero. Apesar do susto e do pavor que experimentei, naquele momento me sentia bem melhor.

E assim foi. Mal chegamos em casa e já fomos matando a saudade de cada cantinho. Os dias se passaram e nos recuperamos. Eu e mamãe agora acreditamos de verdade na história das sete vidas. E desde então temos algo em comum com os humanos: um Natal para comemorar, um aniversário para celebrar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"Unison – A Rede Social do Futuro " (Andy Marino)


Mais um super lançamento da Editora Jangada. A trama promete ser eletrizante e enfeitiçar o leitor da primeira à última página. O tema é super contemporâneo, e nos leva a meditar sobre o alcance da tecnologia virtual. Até onde vai, hoje, a exposição pública da nossa privacidade?
 
 

Unison é uma rede social incomum. Ela sabe mais sobre você do que você mesmo. Para se conectar a ela é preciso pagar; assim o usuário conquista o tão sonhado login.  A protagonista desta trama é Mistletoe, uma adolescente de 15 anos que sonha com este cobiçado login, com o qual ela poderia ingressar no “mundo melhor” representado pela Unison.

Mas ela vive na miserável Pequena Saigon, sem recursos para realizar seus desejos. Até que seu universo se choca com o de Ambrose Truax, futuro herdeiro da Unison. O jovem está vagueando pelas inseguras vias desta região paupérrima quando Mistletoe o resgata de misteriosos indivíduos uniformizados.

Os dois imediatamente percebem que partilham sonhos muito semelhantes. Ao que parece ambos dividem o mesmo passado e uma origem perturbadora. Eles se unem e tentam decifrar este enigma para melhor compreenderem suas identidades.

Entre outras revelações, Mistletoe e Ambrose descobrem que são somente peças em um jogo mais amplo: a produção da Unison 3.0, uma nova e nefasta espécie de rede social que pode redimensionar totalmente o que se entende por realidade.

Andy Marino nasceu em Clifton Park, no estado de Nova Iorque. O autor se graduou em língua inglesa na New York University. Atualmente ele reside no Queens. O escritor foi completamente influenciado pelos livros de J. R. R. Tolkien e pelo filme O Grande Dragão Branco. Sua trajetória literária teve início aos 11 anos; a partir de então decidiu devotar sua vida à literatura. Ele se inspirou no intenso poder das redes sociais virtuais para criar sua obra Unison – A Rede Social do Futuro. 

Editora Jangada, 2012


Autor: Andy Marino


Origem: Nacional


Edição: 1


272 Páginas


Preço: R$ 32,00


Capa: Brochura


Formato: Médio