Este livro eu faço questão de compartilhar com vocês. Não deixem de ler, de preferência antes de assistir o filme, que não vi ainda, mas com certeza roubaria boa parte do clima deste thriller eletrizante! Assim que assistir a adaptação para o cinema, falo um pouco sobre esta versão.
Poucos livros me abalaram tanto quanto este, que já figura entre minhas obras preferidas em uma lista restrita. Ele é fruto de um enredo original, uma narrativa ágil, dinâmica, bem estruturada e de um ardil singular dos autores, que criam uma identidade fictícia ao figurarem como um dos personagens da trama, o ancião Pittacus Lore, exilado há doze anos na Terra, a quem os lorienos teriam confiado sua história.
O protagonista do primeiro volume da saga Os Legados de Lorien é apenas um adolescente, não um super-herói implacável. Ele chegou à Terra há dez anos, vindo de um planeta devastado por outra civilização alienígena, os Mogadorianos; em sua nave embarcaram apenas nove crianças acompanhadas de seus guardiões, os Cêpans, últimos remanescentes dos lorienos.
Dizem-me que o chão tremeu, que os céus se encheram de luz e explosões.Vivíamos aquelas duas semanas no ano em que as duas luas pairam em lados opostos do horizonte. Era um tempo de celebração, e no início as explosões foram confundidas com fogos de artifício. Mas não eram. (...) O que lembro com mais clareza é como minha avó estava naquele dia. Havia lágrimas em seus olhos. (...) Havia abraços. E palavras ditas por eles. Não lembro quais foram. E nada me atormenta mais do que isso. Levei um ano para chegar aqui. Eu tinha cinco anos quando chegamos.
Seus adversários os seguem até a Terra, dispostos a dizimar completamente a linhagem de Lorien e também a estudar as fraquezas dos terráqueos para, posteriormente, destruir também os humanos e ocupar o seu lugar no Planeta, uma vez que já destruíram seus recursos naturais e Mogadore é uma estrela em extinção. Ao partir de seu mundo cada criança foi marcada por um encantamento lórico, o qual só permite que elas sejam mortas na sequência dos números atribuídos a cada uma delas.
Cada vez que um dos lorienos morre, nos demais aparece uma circatriz circular no tornozelo direito. É assim que eles são alertados e sabem quando serão os próximos. No início desta história três deles já foram mortos, e o Número Quatro sabe, agora, que é a presa do momento. É quando Henri, nome adotado por seu guardião ao chegar à Terra, decide partir para outra cidade, Paradise, um pequeno lugarejo de Ohio.
As mudanças constantes me esgotaram, e agora vai ser impossível passar despercebido ou ficar em um lugar por algum tempo. Vai ser impossível fazer amigos ou me sentir parte de algo. Cansei dos nomes falsos e das mentiras. Estou farto de viver olhando por cima do ombro para ver se há alguém me seguindo. Eu me abaixo e encosto nas cicatrizes no tornozelo direito. Três círculos, que representam os três mortos. (...) Enquanto toco as cicatrizes, tento imaginar quem eles eram, se eram garotos ou garotas, onde viviam, quantos anos tinham quando morreram.
É hora de assumir uma nova identidade, e o Número Quatro se torna John Smith. Outra escola, outros colegas, diferentes experiências. Ele está cansado de se mudar, de não ter uma vida como a dos jovens humanos, pois nunca teve a oportunidade de fazer amigos ou de se apaixonar e ter uma namorada. Neste contexto o garoto conhece Sarah Hart, filha da corretora imobiliária com quem seu guardião negociou a nova residência, e sua colega de colégio, e se torna o melhor amigo de Sam, o adolescente mais estranho da cidade, e de Bernie Kosar, o incomum cãozinho beagle que o adota.
Para sua segurança, John é obrigado a seguir determinadas normas ditadas por Henri, entre elas não se destacar e jamais chamar a atenção sobre si mesmo, pois qualquer incidente pode atrair os mogadorianos. Mas desta vez ele decide se comportar como um aluno comum, e logo no primeiro dia de aula cria uma séria inimizade com Mark James, ex-namorado de Sarah, e consequentemente com todo o time de futebol da escola, os amigos do pretenso valentão.
Neste exato momentos seus Legados começam a desabrochar. Em seu planeta natal a civilização é dividida entre os Gardes, seres com poderes excepcionais, que variam de um para o outro, e os Cêpans, seus guardiões, os quais os ajudam a desenvolver seus dons. John começa a despertar seu primeiro Legado, o Lúmem, ou seja, a resistência ao fogo e ao calor. A partir deste instante Henri lhe permite ter acesso, pela primeira vez, à Arca Lórica, um artefato lorieno que contém sua herança.
Em Lórien havia dois tipos de cidadãos: os comuns e os que desenvolvem os Legados, ou poderes - que podem ser extremamente variados, (...) da invisibilidade à capacidade de ler mentes, voar ou manipular as forças da natureza, como o fogo, o vento ou os raios. Os que têm os Legados fazem parte da Garde, e os que não os têm são intitulados Cêpans, ou Guardiões. (...) Todo Garde é designado a um Cêpan quando pequeno, que o ajuda a entender a história do planeta e a desenvolver seus poderes. Cêpan e Garde - um grupo para administrar o planeta, outro para defendê-lo.
O primeiro objeto com o qual ele tem contato é o cristal lórico, instrumento que lhe possibilita desenvolver seu Legado e ter visões do passado; por meio destas ele vai recompondo as lembranças que adormecem em sua consciência, pois tinha apenas quatro anos quando partiu de Lorien. Entre os rígidos treinamentos para o despertar de seus outros poderes e as memórias da Guerra que destruiu seu Planeta, John se apaixona por Sarah, e este sentimento o leva a criar raízes em Paradise, algo impensável para um lorieno em fuga.
Embora John se sinta feliz como nunca e se esforce para ser um garoto comum, o amor e a amizade podem colocar em risco seus planos de segurança. Sua vida chega a uma encruzilhada: como ele pode esquecer o passado, o projeto de desenvolver seus Legados até estar pronto para se unir aos outros sobreviventes e, no momento certo, lutar contra os mogadorianos e então retornar a Lorien e reconstruir o Planeta que ainda pulsa em seu núcleo? Por outro lado, como pode renunciar ao amor de Sarah e à amizade de Sam, uma experiência com a qual sempre sonhou e que agora se torna possível?
- Humanos. Acha que eles podem sentir amor por nós? Quero dizer, amor de verdade. (...)
- somos diferentes deles. E amamos de maneira diferente. Um dos dons dos seres de nosso planeta é amar completamente. Sem ciúme, insegurança ou medo. Sem mesquinhez. Sem raiva. Você pode ter sentimentos intensos por Sarah, mas não são os mesmos sentimentos que você teria por uma garota loriena.
A narrativa na primeira pessoa compõe uma trama eletrizante, capaz de abalar os nervos mais resistentes, e por páginas e páginas, principalmente na metade final do livro, nos faz roer as unhas e não nos permite deixar de lado o livro até a última linha; quando somos obrigados a abandonar por alguns momentos a leitura, as cenas, muito nítidas em cada passagem, ficam passando em nossa mente sem cessar. Não há palavras que descrevam o ritmo deste thriller e as emoções que a história é capaz de despertar no leitor.
A narrativa na primeira pessoa compõe uma trama eletrizante, capaz de abalar os nervos mais resistentes, e por páginas e páginas, principalmente na metade final do livro, nos faz roer as unhas e não nos permite deixar de lado o livro até a última linha; quando somos obrigados a abandonar por alguns momentos a leitura, as cenas, muito nítidas em cada passagem, ficam passando em nossa mente sem cessar. Não há palavras que descrevam o ritmo deste thriller e as emoções que a história é capaz de despertar no leitor.
Os autores nos transmitem uma mensagem importante, principalmente no momento que a Terra atravessa. Lorien é um planeta bem mais antigo que o nosso; seus habitantes acompanharam toda a evolução terrena, e percebem que os terráqueos estão prestes a provocar um esgotamento de seus recursos, da mesma forma que os lorienos em outras eras, e os mogadorianos recentemente. Os primeiros perceberam seu erro e reverteram seu comportamento destrutivo, evoluindo a ponto de desenvolver os Legados; os outros preferem matar sua estrela natal e destruir as demais, sugando a essência vital alheia. E quanto aos humanos, qual será sua escolha?
Um planeta velho, cem vezes mais velho do que a Terra. Cada problema que a Terra enfrenta hoje - poluição, superpopulação, aquecimento global, falta de alimento -, tudo isso Lorien já enfrentou. Em dado momento, vinte e cinco mil anos atrás, o planeta começou a morrer. Isso aconteceu muito antes da habilidade de viajar pelo universo, e o povo de Lorien foi forçado a agir para sobreviver. (...) eles garantiram o compromisso de garantir que o planeta se tornasse para sempre autossustentável, mudando sua maneira de viver, dispensando tudo o que era prejudicial - armas e bombas, substâncias químicas tóxicas, poluentes -, e com o tempo o dano começou a ser revertido.
Pittacus Lore é o nome fictício de que se valem os autores, James Frey, criador do polêmico livro de memórias A Million Little Pieces, e Jobie Hughes, escritor norte-americano que traz em seu currículo a publicação de Agony at Dawn. Eu Sou o Número Quatro foi adaptado para as telas dos cinemas pelo diretor D. J. Caruso, produzido por Steven Spielberg e Michael Bay, protagonizado por Alex Pettyfer.
Editora: Intrínseca
Autor: Pittacus Lore
ISBN: 978-85-8057-013-7
Assunto: Ficção Científica/Literatura Fantástica
350 Páginas
Preço: R$ 39,90
Ano: 2011
Volume: 1
Capa: Brochura
Formato: Médio
Esse livro parece ser muito bom.
ResponderExcluirO pessoal tem dito algumas coisas ruins sobre ele, mas sua resenha voltou a me deixar com aquela vontade de conhecer a história.
Darei uma chance.
Beijos!