Peço desculpas aos meus leitores
pela ausência prolongada neste blog. Mas tenho certeza que vocês vão entender.
Minha gatinha Pituka, uma siamesa linda e encantadora, doce e cativante, esteve
muito doente. Na quinta, dia 12, ela finalmente partiu, legando dor e
sofrimento ao passado.
Agora ela está livre, saudável,
rolando e ronronando em jardins floridos e mágicos de outras dimensões. A morte
não existe para os que se amam de verdade. Ela foi para outra esfera, porém
estaremos eternamente juntas, sem limites ou fronteiras. Até mais, fadinha.
Você agora está voando sobre o jardim encantado, repleto de árvores e flores
coloridas, colhendo o néctar da flor e levando pelos ares sementinhas de amor.
Como a canção que eu sempre cantava para você. A gente se vê, princesa das
abelhinhas.
Em novembro do ano passado notei
uma pequena mancha branca em seu nariz. Com o tempo ela foi crescendo e antes
do final de 2011 sua médica detectou a presença de um possível tumor.
Era necessária uma intervenção
cirúrgica, mas com a proximidade do Natal e Ano Novo, foi preciso aguardar.
Quando, porém, ela fez os exames pré-operatórios, uma surpresa desagradável; a
creatinina estava alta, o que indicava uma insuficiência renal considerável.
Com este quadro, a médica alegava que uma cirurgia era arriscada demais.
Tinha início então uma trajetória
árdua e dolorosa. A Pituka começou a tomar um medicamento para o rim e depois
de mais ou menos 20 dias repetimos o exame. Infelizmente a taxa estava ainda
mais alta. Depois de quase um mês ela finalmente atingiu o patamar ideal para a
realização da intervenção.
A cirurgia foi um sucesso, mas os
prognósticos não eram nada bons. A biópsia acusou um melanoma no nariz com
raízes pelo sistema linfático. A Doutora Cátia alegava que tinha chances da
Tukinha conviver alguns anos com o câncer, e que uma quimioterapia traria
muitos prejuízos ao seu organismo, principalmente por causa do rim. Ela nos
convenceu de que deveríamos pensar na sua qualidade de vida acima de tudo. A
princípio concordamos, mas em menos de um mês o tumor voltou a crescer.
Desta vez foi tudo mais difícil,
pois o tumor se desenvolveu com muita rapidez e vários tumorzinhos foram
aparecendo pelo corpo. A Pituka enfrentava tudo com muita coragem e doçura, mas
agora era preciso agir. Pesquisei por conta própria e descobri dois
procedimentos muito avançados: a eletroquimioterapia e a imunoterapia. Pensando
no primeiro tratamento, cheguei ao nome de um profissional muito respeitado
nesta área, o Doutor Carlos Brunner.
Encontrei também uma clínica no
Alto da Lapa, a Nato Veterinária, e por uma destas conspirações do universo,
descobri que o Dr. Brunner atendia também aí como profissional autônomo. Era
preciso, porém, passar primeiro por uma avaliação do cirurgião, o Dr. Renato Zonzini
Bocabello. Ele pediu exames de sangue, tomografia e fez uma punção nos gânglios
linfáticos sob o queixo da minha gatinha, um procedimento muito doloroso,
talvez um dos momentos mais difíceis e em que precisei recorrer muito a minha
fé.
A tomo acusou alguns pequenos
nódulos no pulmão; com este início de metástase era impossível recorrer à
eletroquimioterapia, portanto restava a imuno. Dr. Renato, assim como a Dra.
Juliana, foi um anjo na vida da Pituka, pois através dele cheguei a uma médica
da USP, Dra. Cristina Massoco, a única especialista brasileira neste campo. Mas
antes era necessário recorrer a uma nova cirurgia, e minha gatinha já estava
com o sistema imunológico comprometido, tanto pela doença quanto pela idade.
Aos 13 anos o gato já é considerado idoso.
A Pituka teve várias infecções,
lutou bravamente, com uma coragem e uma determinação que teria muito a ensinar
a inúmeras pessoas. Este último mês foi o mais difícil da sua vida, e da minha.
Passamos por momentos muito dolorosos, ela parou de comer ração, se alimentava
só de comidinha para bebês, indicada pelo médico, emagreceu demais, o tumor
pipocou por toda a pele, inclusive nos olhos e nas faces, e ela respirava cada
vez com maior dificuldade. Teve um edema pulmonar, ele foi tratado, mas mesmo
assim evoluiu para uma pneumonia. Na quinta-feira, 12 de julho, seu coração
parou de bater; ela morreu natural e suavemente, seguindo os propósitos
divinos.
Deus deu a ela, apesar de tudo,
uma bela missão, e a Pituka a cumpriu com perseverança e valentia, e continuará
a cumprir, mesmo após sua partida, pois decidimos doar seu corpo para pesquisas
sobre imunidade e alta incidência de câncer nos animais – uma verdadeira
epidemia. A Doutora Cristina, conduz estes estudos com muita seriedade e determinação;
além disso, é uma pessoa doce e simples; tenho fé que ela, inspirada pela Mente
Divina, poderá encontrar várias respostas e soluções para estas questões.
Tenho certeza que o Criador a
escolheu para contribuir com a Medicina Veterinária na compreensão deste
fenômeno, pois seu tumor, radicalmente devastador, é muito raro nos gatos.
Afinal, tudo tem um sentido nos desígnios de Deus, e Ele permitiu que ela
partisse tranquilamente, nas mãos de dois anjos talentosos e apaixonados pelos
animais. Da próxima vez conto em detalhes como foi o dia de sua partida, e
porque sou tão grata a Ele.
Ainda vou contar muito sobre a
Pituka neste espaço, para que todos entendam porque ela era tão singular.
Afinal, uma gata que curte música, literatura – às vezes eu lia para ela -,
adora dançar, posar para fotografias e não perde uma única sessão do Evangelho
no Lar – leituras semanais do Evangelho Segundo o Espiritismo -, só pode ser um
bichinho muito especial.
Que lindo Ana Lucia, emocionante a sua narrativa sobre este ser tão adorável e que com certeza te deu muitas alegrias participativa em sua vida, e hoje ela esta alegrando os espiritos na dimensão em que se encontram dando continuidade na evolução divina.
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