O estresse é hoje uma das questões mais debatidas e experimentadas na própria pele. Para transcender os clichês e compreendê-lo melhor é bom mergulhar nas origens dos estudos sobre o tema. As pesquisas se iniciaram no século XIX, conduzidas pelo médico Claude Bernard; ele estabeleceu os alicerces para as investigações posteriores.
Aí
veio um fisiologista chamado Walter Cannon. No desejo de descobrir como nossas
emoções impactam o funcionamento do organismo humano, ele foi o primeiro a desvendar
os mecanismos da célebre reação de “luta ou fuga” diante dos perigos.
Aliás,
para quem deseja entender melhor como nossas emoções influenciam nosso corpo e
também a nossa vida, recomendo a animação Divertidamente, que com
certeza muitos já assistiram.
A
animação narra a história de Rilley, uma garota de 11 anos que passa por várias
mudanças na sua vida. Ela é obrigada a deixar sua cidade natal, em Minnesota,
nos EUA, para morar em São Francisco. A história transcorre no interior da
mente da protagonista, onde cinco personagens, as emoções Alegria, Tristeza,
Medo, Raiva e Nojo têm uma importante missão a cumprir.
Elas
precisam processar os dados que chegam ao cérebro e arquivar as memórias. Nesta
trama genial percebe-se que o medo e o próprio estresse também nos ajudam a
sobreviver. Só não podemos paralisar diante de eventos que provocam o pânico e a
ansiedade, como pandemias, por exemplo, ou guerras, como a que presenciamos,
agora, entre Israel e a Palestina.
Pois
bem, foi outro pesquisador, o endocrinologista Hans Seyle, que tornou a palavra
‘stress’ popular e definiu suas várias fases. Para ele, o stress não era nem
bom, nem ruim, mas sim uma resposta aos desafios da vida. Mas, então, como o
estresse torna--se nocivo, provocando doenças?
Para
responder esta questão, vamos às etapas do estresse. A primeira fase é o
alerta. Vemos nas imagens dos conflitos entre judeus e palestinos o constante
soar de sirenes, mísseis cruzando os céus. Se o organismo de quem assiste as
cenas ao vivo produz um alto grau de adrenalina, tentem imaginar o que ocorre
na mente e no corpo de quem passa por essas experiências.
Quando o corpo transcende a fase de alerta e vence a ameaça, pode-se
dizer que houve um estresse benéfico,
sem sequelas. Porém, se o agente externo que está provocando o estresse é
difícil de vencer, como em um conflito bélico, o corpo continua a responder de
forma crônica. Nesses casos, as mudanças corporais e de comportamento levam a
um estado de exaustão. É quando o Sistema
Nervoso desregula.
Um ótimo documentário sobre esse tema é Corpo
Humano: Nosso Mundo Interior, em exibição no Netflix.
Nele o autor afirma que o Sistema Nervoso, foco do primeiro episódio, “percebe
o mundo e te diz como reagir a ele.”
Para regular esse caos, entra em cena o Sistema
Parassimpático. Ele tem um papel ativo e fundamental na regulação do descanso e
do bem-estar; por essa razão, ajuda a frear e regular o Sistema Nervoso
Simpático. É possível acessá-lo através de práticas de relaxamento, como as
terapias mente-corpo, a Yoga Restaurativa e a meditação.
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