quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O Senhor Estresse

 




O estresse é hoje uma das questões mais debatidas e experimentadas na própria pele. Para transcender os clichês e compreendê-lo melhor é bom mergulhar nas origens dos estudos sobre o tema. As pesquisas se iniciaram no século XIX, conduzidas pelo médico Claude Bernard; ele estabeleceu os alicerces para as investigações posteriores.

Aí veio um fisiologista chamado Walter Cannon. No desejo de descobrir como nossas emoções impactam o funcionamento do organismo humano, ele foi o primeiro a desvendar os mecanismos da célebre reação de “luta ou fuga” diante dos perigos.  

Aliás, para quem deseja entender melhor como nossas emoções influenciam nosso corpo e também a nossa vida, recomendo a animação Divertidamente, que com certeza muitos já assistiram.

A animação narra a história de Rilley, uma garota de 11 anos que passa por várias mudanças na sua vida. Ela é obrigada a deixar sua cidade natal, em Minnesota, nos EUA, para morar em São Francisco. A história transcorre no interior da mente da protagonista, onde cinco personagens, as emoções Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo têm uma importante missão a cumprir.

Elas precisam processar os dados que chegam ao cérebro e arquivar as memórias. Nesta trama genial percebe-se que o medo e o próprio estresse também nos ajudam a sobreviver. Só não podemos paralisar diante de eventos que provocam o pânico e a ansiedade, como pandemias, por exemplo, ou guerras, como a que presenciamos, agora, entre Israel e a Palestina.

Pois bem, foi outro pesquisador, o endocrinologista Hans Seyle, que tornou a palavra ‘stress’ popular e definiu suas várias fases. Para ele, o stress não era nem bom, nem ruim, mas sim uma resposta aos desafios da vida. Mas, então, como o estresse torna--se nocivo, provocando doenças?

Para responder esta questão, vamos às etapas do estresse. A primeira fase é o alerta. Vemos nas imagens dos conflitos entre judeus e palestinos o constante soar de sirenes, mísseis cruzando os céus. Se o organismo de quem assiste as cenas ao vivo produz um alto grau de adrenalina, tentem imaginar o que ocorre na mente e no corpo de quem passa por essas experiências.

Quando o corpo transcende a fase de alerta e vence a ameaça, pode-se dizer que  houve um estresse benéfico, sem sequelas. Porém, se o agente externo que está provocando o estresse é difícil de vencer, como em um conflito bélico, o corpo continua a responder de forma crônica. Nesses casos, as mudanças corporais e de comportamento levam a um estado de exaustão. É quando o  Sistema Nervoso desregula.

Um ótimo documentário sobre esse tema é Corpo Humano: Nosso Mundo Interior, em exibição no Netflix. Nele o autor afirma que o Sistema Nervoso, foco do primeiro episódio, “percebe o mundo e te diz como reagir a ele.”  

Para regular esse caos, entra em cena o Sistema Parassimpático. Ele tem um papel ativo e fundamental na regulação do descanso e do bem-estar; por essa razão, ajuda a frear e regular o Sistema Nervoso Simpático. É possível acessá-lo através de práticas de relaxamento, como as terapias mente-corpo, a Yoga Restaurativa e a meditação.

 

 

 

 

 

 

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