terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Eclipse" (Stephenie Meyer)

Galera, está cada vez mais próxima a tão aguardada estreia do filme Amanhecer, baseado, como todos sabem rs rs rs, no último volume da série Crepúsculo. Pois é, a primeira parte vai ser lançada nos cinemas no dia 18 de novembro deste ano. Neste mesmo dia pretendo postar aqui a resenha sobre o livro Amanhecer; por enquanto, fiquem com Eclipse.




Nesta sequência da saga Crepúsculo, Bella não encontra mais seus adversários e fantasmas apenas no plano exterior, mas também e principalmente em si mesma. Presa a sentimentos confusos e atormentados, ela se vê fragmentada, dividida entre dois universos completamente diferentes, o do fogo e o do gelo, como bem prenuncia a epígrafe do livro, um belo e misterioso poema de Robert Frost.

Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
Outros  em gelo.
Fico com quem prefere o fogo.
Mas, se tivesse de perecer duas vezes,
Acho que conheço o bastante do ódio
Para saber que a ruína pelo gelo
Também seria ótima
E bastaria.

Como a protagonista do romance O Morro dos Ventos Uivantes, que Bella não consegue parar de ler, ela permite que emoções contraditórias a dominem e não teme o monstro que pode se tornar ao se transformar em vampira, mas igualmente o ser monstruoso que já se insinua dentro de sua própria humanidade, o egoísmo.

Entre o amor e a amizade; a promessa de um futuro, ao mesmo tempo desejado e temido, e a lealdade a um antigo companheiro, a personagem desta trama cada vez mais elaborada e irresistível se encontra, em Eclipse, à beira de uma encruzilhada que determinará toda a sua existência.

Além disso, Bella tem consciência de viver entre mitos e lendas ancestrais, e de estar situada exatamente no epicentro de um antigo conflito entre vampiros e lobisomens, materializado em sua vida na forma de um triângulo amoroso – de um lado, sua eterna paixão pelo vampiro Edward; de outro, sua amizade por Jacob, o lobisomem. Qualquer decisão sua pode, sem querer, reacender este velho confronto.

Sim, eu sinto sua falta também. Muito. Isso não muda nada. Desculpe.
Jacob
.
Passei os dedos pela folha de papel, sentindo as marcas onde ele pressionara tanto a caneta que quase a rasgou. Eu podia imaginá-lo escrevendo isso — rabiscando as letras furiosas com sua caligrafia tosca, riscando linha após linha quando as palavras saíam erradas, talvez até quebrando a caneta com sua mão grande demais; isso explicaria as manchas de tinta. Eu podia imaginar a frustração unindo suas sobrancelhas pretas e enrugando sua testa. Se eu estivesse lá, poderia até rir. Não tenha um derrame cerebral por isso, Jacob, eu teria dito a ele. É só colocar para fora. (...)

Edward tinha outra palavra em mente, que era a origem da tensão que eu sentia. Eu tinha arrepios só de pensar nela.
Noiva. Argh. Dei de ombros para me livrar da idéia.

Como se isso não bastasse, Bella é novamente ameaçada por Victória, seu pior pesadelo, e por um enigmático inimigo sem face, o qual deixa um rastro de sangue atrás de si, em crimes aparentemente cometidos por um psicopata, na vizinha cidade de Seattle. Além disso, ela se apavora diante da possibilidade de reencontrar, ainda sob a forma humana, os apavorantes Volturi.

Este terrível cenário torna-se ainda mais assustador à medida que se aproxima a formatura de Bella, pois este é o momento escolhido pelo líder do clã dos Cullen, Carlisle, para que ela finalmente realize seu grande sonho, o de adentrar as luzes – ou as sombras? – da eternidade. Mas a protagonista desta saga, diante de tantos questionamentos interiores, não se sente mais tão segura e convicta de suas escolhas.

Muitas questões fundamentais, fios que tecem a existência no mundo contemporâneo, são abordadas neste livro pela autora, tais como a constituição da natureza humana, os limites entre o Homem e a fera, o racional e o irracional, o que é natural e o que impede a vida de seguir seu curso normal, as sombras que se insinuam nas relações entre os seres, a importância cada vez mais premente da prática da tolerância.

Com gelo no coração, eu o vi se preparar para me defender. Sua intensa concentração não demonstrava sinal algum de dúvida, embora eles estivessem em maior número. Eu sabia que não podíamos esperar qualquer ajuda — naquele momento, era certo que a família dele lutava pela própria vida assim como ele lutava pela nossa.
Será que um dia eu saberia o resultado desse outro combate? (...)
Olhos negros, selvagens com o desejo feroz por minha morte, esperavam o momento em que meu protetor estivesse distraído. O momento em que eu certamente morreria.

Stephenie Meyer conduz seus leitores com maestria pelas páginas de seus livros. Ela constrói personagens com os quais cada um pode se identificar sem problemas. Nada de heroínas, personagens irretocáveis e perfeitos. Bella é antes de tudo humana, portanto tem a liberdade de ser nobre e egoísta, fascinante e chata, corajosa e covarde.
Nem mesmo Edward e Jacob, integrantes do imaginário fantástico, escapam das saborosas e bem-vindas imperfeições da Humanidade, e na disputa por Bella, recorrem a todos os ardis disponíveis. Para os fãs da saga, mais um presente de Stephenie, irresistível e compulsório!

A autora continua a se inspirar, como deixa claro nos agradecimentos, nas bandas que compõem o cenário do novo rock alternativo nos Estados Unidos e na Inglaterra. Muse, Linkin Park, Paramore, The Killers, e suas recentes descobertas, Placebo, Blue October, Ok Go, entre outras bandas, podem embalar perfeitamente não só a transposição desta trama para as telas dos cinemas, mas também a própria leitura do livro.





Editora: Intrínseca

Autor: Stephenie Meyer

ISBN: 9788598078410

Origem: Nacional

Ano: 2009

Edição: 1

Número de páginas: 464

Acabamento: Brochura

Formato: Médio

Volume: 




Um comentário:

  1. Faz muito tempo que li a série (tá, li no ano passado, não tem muito tempo assim). Eclipse foi o que eu mais gostei, mas não consigo explicar o motivo. Acho mesmo que foi por conta da capa (ou pelo menos por uma ajuda da capa).
    Beijos

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